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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 17 de fevereiro de 2018

ELOGIO DE DOM JOÃO III, UM DOS MAIORES PRÍNCIPES PORTUGUESES

Foto de Nova Portugalidade.

Injustamente tido por fanático, fraco e acanhado, Dom João III foi, à imagem de tantos grandes monarcas portugueses, vítima de longa e enérgica campanha difamatória. Coroado jovem num tempo em que todas as grandes monarquias da Europa tinham jovens por seu chefe, João herdou o império aos 19 anos, estabilizou-o após a súbita dilatação operada por seu pai, defendeu-o e fortaleceu-o. Em tudo foi formidável. Confirmando o apetite português pelo governo forte e centralizado, João convocou cortes apenas três vezes em trinta e seis anos de reinado. Na cultura, o seu governo coincidiu com período verdadeiramente áureo para Portugal, facto devido, em larga medida, à intervenção do Rei: foi Dom João quem ordenou que se fizesse em Coimbra o Colégio das Artes e Humanidades, instituição a que afectou recursos avultadíssimos e para onde convidou a fina-flor da intelectualidade europeia. Foi também com o apoio de Dom João que se impuseram na Europa os nomes de Garcia de Resende, Garcia de Orta, João de Barros, Gil Vicente ou Pedro Nunes. Erasmo de Roterdão marcaria a sua admiração por João III nas suas Chrysostomi Lucubrationes, obra que dedicou ao Rei português.

Na política externa, no adestramento científico, na produção legislativa, no fomento das letras ou no fortalecimento do Império, os esforços de Dom João evidenciam inteligência, bom senso e dedicação imensa ao bem do Estado. Para povoar, desenvolver e defender o Brasil, o rei ordenou a divisão do território em capitanias e, logo, a constituição de um governo unificado. Em 1548, Dom João daria ao Brasil a sua primeira constituição, o chamado Regimento de Tomé de Sousa, dotando-o do essencial da sua ossatura institucional e administrativa. No Mediterrâneo, onde crescia sempre mais a sombra do Turco, João III ofereceu os navios, homens e ouro de Portugal para defesa da Europa, participando com a Espanha na reconquista de Tunes. No Oriente, defendeu-se uma e outra vez a Índia dos turcos, ganhou-se Macau, chegou-se ao Japão e negociou-se com a Espanha o Tratado de Saragoça, reservando a Ásia a Portugal e entregando o Pacífico a Castela. Com obra tão vasta e governo tão rico em exemplos de sucesso militar, científico, humanístico e diplomático, parecerá extraordinário imaginar João III como inaugurador de um tempo de decadência portuguesa. Pelo contrário, Portugal atingiu com Dom João o ápice da sua História. Poderia pedir-se mais ainda de um só homem?

RPB

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