E
se possível, religioso. Claro. À semelhança de anos anteriores, são os
estabelecimentos de ensino privado e de matriz religiosa que lideram,
mais uma vez, o ranking nacional de escolas secundárias. Havia defendido
esta tese, há dias, no Facebook, quando fui alvo de forte e indignado
apedrejamento. Ora, o resultado está aí. O que nós queremos, afinal,
todos, é um bom ensino para os nossos alunos. Mas, não sendo culpa
minha, garanto, no ranking das 25 primeiras escolas ordenadas por
classificação de exame, o Estado põe lá uma…
Muitos colocam a questão do
orçamento e da capacidade financeira para acorrer a este ensino privado.
Correcto. São caros. Correcto. Todavia, não é a capacidade financeira
dos encarregados de educação que reside na justificação deste brilhante
sucesso, mas sim, e em suma, outro factor decisivo: a exigência. E isto o
Estado não tem que pagar. Tem que exercer. Mas é também isto que o
Estado não percebe. O Estado prefere comungar desta nova corrente de
pseudo-psicologia contemporânea (vulgo Laxismo) em que aos alunos tudo
deve assistir, sendo estes totalmente desprovidos de obrigações e
deveres. E no mesmo primado, ao professor não resta senão servir o aluno
em tudo o que ele precisar, sem autoridade, sem palavra, sem nada. E
isto porque não se pode ofender nem ferir a auto-estima do aluno. O
resultado está aqui.
A minha vontade é convidar o
Estado a demitir-se do ensino, ou então, se quer ficar, e para
apresentar resultados, não resta senão, implementar: primeiro, a
autoridade disciplinar do professor sobre o aluno; segundo, a autoridade
cívica e académica do professor sobre o aluno; terceiro, um ensino de
trabalho, de empenho e, sobretudo, de exigência; por último, cultivando
uma relação próxima e tão personalizada quanto possível entre o
professor e o aluno.
Importaria aqui evidenciar o
desprezo da república pelo ensino no interior de Portugal, e na
necessidade de regressarmos ao ensino técnico-profissional, mas eis
aqui, sucinta, a minha fórmula, aquela em que acredito seja a chave para
o sucesso, mas a fórmula que eu acredito que, o Estado, ou não quer
perceber, ou não quer implementar. E se não quer implementar, então que
deixe de ensinar e se limite a regular o ano lectivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário