sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
FELIZ ANO NOVO! VIVA O REI! VIVA PORTUGAL!
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Fotografia do Álbum de Maria Menezes no Facebook |
Hoje, hoje é o tempo.
Hoje é o ano.
Hoje é a noite do dia.
Hoje é a noite do dia em que resgatámos da terra e agora atiramos ao vento as palavras d' El Rei D. Carlos sopradas ao mar: "Ir para diante"!
Sim, Senhor, cumpriremos o nosso dever cumprindo o vosso comando: - e iremos para diante!
Olhai Majestade o Vosso e nosso estandarte que de novo flutua no ar, assinalando com as suas cores sem mancha de sangue o advento do tempo novo!
Olhai Majestade, e convosco todos os Reis vossos antepassados e nossos antigos soberanos, e convosco todos os vossos descendentes e nossos futuros Reis, olhai todos Senhores, o Vosso povo aqui presente!
Olhai Senhores o Vosso povo de novo desperto, proclamando o tempo que vem.
Olhai de perto Senhores para os Vossos jovens - para estes jovens que desafiam o passado porque se sabem senhores do futuro.
Hoje começa o futuro.
Hoje, hoje é o tempo.
O tempo em que, outra vez, começamos a restaurar o ideal real feito real ideal.
Hoje é o ano.
Hoje é a noite do dia - do dia que se apresentou em madrugada de nevoeiro e agora se revela como noite iluminada de vésperas.
Hoje, hoje é a hora da hora!
É a hora!
Vamos para diante!
É a hora!
A Vossa hora - a nossa hora!
A hora de um princípio sem fim.
É a hora!
Vamos para diante!
E que viva o Rei!
E que viva Portugal!
(Fonte: "Luso" no Geneall.net)
(Discurso de Paulo Teixeira Pinto no 5 de Outubro de 2009 na festa Azul e Branca)
(Discurso de Paulo Teixeira Pinto no 5 de Outubro de 2009 na festa Azul e Branca)
UM BALANÇO DOS ÚLTIMOS QUINZE ANOS DE SUAS ALTEZAS REAIS
"Foram quinze anos muito interessantes, que mudaram completamente as
nossas vidas, sobretudo devido à presença dos nossos filhos. Estes são
uma benção de Deus, mas ao mesmo tempo um grande desafio. Tivemos muitos
momentos marcantes ao longo destes anos, como a visita ao Papa João
Paulo II acompanhados dos nossos filhos, a nossa Peregrinação à Terra
Santa... Claro que a nossa viagem a Cabo Verde e a Moçambique, logo a
seguir ao casamento, foram inesquecíveis."
- S.A.R. o Duque de Bragança
("in" CARAS N.º 770, de 15/05/2010).
MERECIDA HOMENAGEM AO MAESTRO MANUEL IVO CRUZ
Lembramos que a missa de 7º dia do Maestro, Compositor e Pedagogo Manuel Ivo Cruz realizar-se-á HOJE, sexta-feira dia 31 de Dezembro, pelas 18 horas, na Igreja da Lapa no Porto.
O PLEBISCITO CONSTITUCIONAL DE 1933
“Embora o povo não esteja, na sua grande maioria, apto para votar em
perfeita consciência o texto completo da Constituição, o seu voto tem um
significado político que não é lícito desprezar: é um voto de confiança
nos dirigentes.”
Afirmava o Ministro das Finanças, Oliveira Salazar, na Sessão de 5 de Maio de 1932 do Conselho Político Nacional, sobre a decisão de submeter a plebiscito a Constituição de 1933
O Decreto n.º 22 229 de 21 de Fevereiro de 1933, torna obrigatória a participação dos eleitores chefes de família inscritos no recenseamento político de 1932, tendo como consequência que, sendo o sufrágio obrigatório, as abstenções contavam como votos a favor. Embora se suspeite de fraude e coacção generalizada, foram contabilizados 719 364 votos a favor, 5 995 contra e 487 364 abstenções (veja-se sobre a matéria, Jorge Miranda, Manual de Direito Constitucional, volume I. Coimbra : Coimbra Editora, 1981.
Ao propor que a Constituição fosse plebiscitada Salazar reconhecia a necessidade de dar ao mundo a noção, mesmo que aparente, de que o Estado Novo tinha a legitimidade indispensável.
O artifício legal de tornar o voto obrigatório e considerar-se através dele a abstenção como uma atitude de aprovação, passaria despercebido aos olhos dos analistas da época e também do povo português.
Pode assim dizer-se que o voto obrigatório foi o principal instrumento teórico, pensado por Salazar como forma de garantir a consolidação do seu regime, o Estado Novo.
Os resultados, talvez até o tenham surpreendido, dado que a abstenção, mesmo que somada aos votos contra, não suscitariam a questão da ilegitimidade, uma vez que não ultrapassaram os 50%. A confirmação foi assim total e o próprio artifício político do voto obrigatório tinha sido dispensado, perante o resultado alcançado.
Salazar confirmava-se assim, como o líder incontestado da nova Republica.
A questão da legitimidade do regime só se veio de novo a colocar, como grande preocupação de Salazar, com as eleições presidenciais de 1958.
Agora a abstenção, não poderia ser favorável à luz de nenhum critério, a nenhum dos candidatos.
Humberto Delgado, ao assumir-se como candidato credível de oposição, colocava este grande problema de novo a Salazar. Haveria que gerir com muita minúcia a dupla questão…
- A eleição em si, em que Américo Tomaz teria de ser eleito, mesmo à custa dos votos de quem não tinha ido votar.
- A adulteração eleitoral, teria de obedecer a um critério que levasse a uma vitória inquestionável do candidato do regime, mas que simultaneamente eliminasse o perigo da abstenção ultrapassar os 50%.
Os resultados eleitorais demonstram o elevado profissionalismo, como foi cumprida a exigência de Salazar.
758.998 votos em Américo Tomaz; 232.528 votos em Humberto Delgado, foi o registo oficial dessas eleições. Não foi nunca publicado o registo das abstenções, que atingiram os 48,8%.
A vitória do candidato oficial com cerca de 75% dos votos, tinha sido esmagadora…mas o número de votos de abstencionistas que lhe foram adicionados não escondia, que se tal não tivesse sido feito, a abstenção teria ultrapassado os 50% e Salazar teria de enfrentar interna e sobretudo externamente, a questão da ilegitimação dessa eleição.
Por este risco, não quis nunca mais Salazar passar.
A 29de Agosto de 1959 e por decreto, era alterado o regime de eleição do Presidente da Republica…passaria a ser eleito por um Colégio Eleitoral restrito de 602 membros.
Salazar não mais voltaria a temer a Abstenção…essa terrível arma de expressão politica das democracias respeitadoras da liberdade individual…porque pura e simplesmente deixou de haver sufrágio universal, que apesar de muito restrito e selectivo, mesmo com um controlo quase total sobre a propaganda, lhe tinha provocado um enorme susto.
Afirmava o Ministro das Finanças, Oliveira Salazar, na Sessão de 5 de Maio de 1932 do Conselho Político Nacional, sobre a decisão de submeter a plebiscito a Constituição de 1933
O Decreto n.º 22 229 de 21 de Fevereiro de 1933, torna obrigatória a participação dos eleitores chefes de família inscritos no recenseamento político de 1932, tendo como consequência que, sendo o sufrágio obrigatório, as abstenções contavam como votos a favor. Embora se suspeite de fraude e coacção generalizada, foram contabilizados 719 364 votos a favor, 5 995 contra e 487 364 abstenções (veja-se sobre a matéria, Jorge Miranda, Manual de Direito Constitucional, volume I. Coimbra : Coimbra Editora, 1981.
Ao propor que a Constituição fosse plebiscitada Salazar reconhecia a necessidade de dar ao mundo a noção, mesmo que aparente, de que o Estado Novo tinha a legitimidade indispensável.
O artifício legal de tornar o voto obrigatório e considerar-se através dele a abstenção como uma atitude de aprovação, passaria despercebido aos olhos dos analistas da época e também do povo português.
Pode assim dizer-se que o voto obrigatório foi o principal instrumento teórico, pensado por Salazar como forma de garantir a consolidação do seu regime, o Estado Novo.
Os resultados, talvez até o tenham surpreendido, dado que a abstenção, mesmo que somada aos votos contra, não suscitariam a questão da ilegitimidade, uma vez que não ultrapassaram os 50%. A confirmação foi assim total e o próprio artifício político do voto obrigatório tinha sido dispensado, perante o resultado alcançado.
Salazar confirmava-se assim, como o líder incontestado da nova Republica.
A questão da legitimidade do regime só se veio de novo a colocar, como grande preocupação de Salazar, com as eleições presidenciais de 1958.
Agora a abstenção, não poderia ser favorável à luz de nenhum critério, a nenhum dos candidatos.
Humberto Delgado, ao assumir-se como candidato credível de oposição, colocava este grande problema de novo a Salazar. Haveria que gerir com muita minúcia a dupla questão…
- A eleição em si, em que Américo Tomaz teria de ser eleito, mesmo à custa dos votos de quem não tinha ido votar.
- A adulteração eleitoral, teria de obedecer a um critério que levasse a uma vitória inquestionável do candidato do regime, mas que simultaneamente eliminasse o perigo da abstenção ultrapassar os 50%.
Os resultados eleitorais demonstram o elevado profissionalismo, como foi cumprida a exigência de Salazar.
758.998 votos em Américo Tomaz; 232.528 votos em Humberto Delgado, foi o registo oficial dessas eleições. Não foi nunca publicado o registo das abstenções, que atingiram os 48,8%.
A vitória do candidato oficial com cerca de 75% dos votos, tinha sido esmagadora…mas o número de votos de abstencionistas que lhe foram adicionados não escondia, que se tal não tivesse sido feito, a abstenção teria ultrapassado os 50% e Salazar teria de enfrentar interna e sobretudo externamente, a questão da ilegitimação dessa eleição.
Por este risco, não quis nunca mais Salazar passar.
A 29de Agosto de 1959 e por decreto, era alterado o regime de eleição do Presidente da Republica…passaria a ser eleito por um Colégio Eleitoral restrito de 602 membros.
Salazar não mais voltaria a temer a Abstenção…essa terrível arma de expressão politica das democracias respeitadoras da liberdade individual…porque pura e simplesmente deixou de haver sufrágio universal, que apesar de muito restrito e selectivo, mesmo com um controlo quase total sobre a propaganda, lhe tinha provocado um enorme susto.
José J. Lima Monteiro Andrade
(Fonte: Blogue "Desafio de Mudança")
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
FIDELIDADE, SEMPRE!
Nada interessa, quando desta vida alguém parte, referir as suas opções políticas. Vale, sim, a sua conduta, as suas atitudes. Acima de tudo, a sua fidelidade e a sua coerência.
O Maestro Manuel Ivo Cruz foi ontem a sepultar, conforme a Imprensa amplamente noticiou. E na biografia, necessáriamente traçada ad hoc, deste Homem da Música e do Pensamento, vá lá saber-se porquê, escapou sempre a sua inalterável convicção monárquica, jamais escondida.
Encontrei-o a última vez em Guimarães, no passado 5 de Outubro, entre os milhares de portugueses presentes, dizendo sim a Portugal e não à República.
Facto sonegado, todos notarão...
Mas as imagens não perdoam. Quer nas cerimónias fúnebres, quer a caminho do cemitério da Lapa, onde foi dada sepultura aos seu restos mortais, a bandeira nacional acompanhou-o sempre.
Manuel Ivo Cruz partiu para a Eternidade no ano maldito do centenário, prenúncio de um Portugal - do seu Portugal - no limiar de algo que, se não for melhor, será péssimo.
A minha homenagem, Maestro! Viva Portugal!
Publicada por Maria Menezes no blogue "Família Real Portuguesa"
A Real Associação da Beira Litoral esteve presente no funeral do Maestro Manuel Ivo Cruz, representada pelo seu presidente, que juntamente com o presidente da Real Associação do Porto, nesta qualidade, representaram também a Causa Real.
Já agora, a quem interessar, a missa de 7º dia do Maestro, Compositor e Pedagogo Manuel Ivo Cruz realizar-se-á na próxima sexta-feira, dia 31 de Dezembro, pelas 18 horas, na Igreja da Lapa.
Já agora, a quem interessar, a missa de 7º dia do Maestro, Compositor e Pedagogo Manuel Ivo Cruz realizar-se-á na próxima sexta-feira, dia 31 de Dezembro, pelas 18 horas, na Igreja da Lapa.
HOJE, ÀS 20H30, NA TVI24, MENDO CASTRO HENRIQUES NO PROGRAMA "LIVRARIA IDEAL"
HOJE TVI 24 20H30 o Programa Livraria Ideal, último do ano, será
dedicado à obra literária de Mendo Henriques, com incidência nos livros
publicados este ano.
Título: Vencer ou Morrer
Autor: Mendo Castro Henriques
Autor: Mendo Castro Henriques
Sinopse:
1807. Peça a peça, como num jogo de dominó, as nações da Europa caem aos pés de Napoleão. Portugal encontra-se em situação difícil: parece encurralado entre as ambições imperiais da França e a velha aliança com Inglaterra. Mas à medida que se adensam as nuvens da invasão francesa, nos corredores do poder, em Lisboa e em Londres, põem-se em marcha os planos de uma solução nunca antes tentada: a retirada da Corte para o Brasil e a recepção pacífica dos invasores.
O que os franceses não sabem é que esta aparente passividade mais não é do que um engodo. Assegurado o apoio politico e militar dos ingleses, a nação levanta-se em armas num movimento de exaltação patriótica jamais visto. Deixando para trás tudo o que têm, os populares juntam-se aos exércitos e correr a escorraçar o inimigo.
1807. Peça a peça, como num jogo de dominó, as nações da Europa caem aos pés de Napoleão. Portugal encontra-se em situação difícil: parece encurralado entre as ambições imperiais da França e a velha aliança com Inglaterra. Mas à medida que se adensam as nuvens da invasão francesa, nos corredores do poder, em Lisboa e em Londres, põem-se em marcha os planos de uma solução nunca antes tentada: a retirada da Corte para o Brasil e a recepção pacífica dos invasores.
O que os franceses não sabem é que esta aparente passividade mais não é do que um engodo. Assegurado o apoio politico e militar dos ingleses, a nação levanta-se em armas num movimento de exaltação patriótica jamais visto. Deixando para trás tudo o que têm, os populares juntam-se aos exércitos e correr a escorraçar o inimigo.
NOVO PORTUGAL
Portugal está actualmente na pior situação em que alguma vez se encontrou. Se
é verdade que a Pátria Portuguesa já esteve em perigo muitas vezes e
que, enquanto Nação, já ultrapassámos crises, guerras e atentados à
nossa soberania e independência, também o é que nunca nos vimos privados
de um projecto nacional de futuro, a não ser durante a I República e
agora, durante a 3ª parte desta trilogia de desgraças portuguesas.
Assim, Portugal iniciou o século XXI com um mau presente e a um futuro absolutamente incerto, acima de tudo por não ter algo que una todos os portugueses num projecto comum, o que, de facto, não existe há 36 anos. É neste contexto que, há poucos dias, por ocasião das comemorações de mais um aniversário da Restauração da Independência, S.A.R., Dom Duarte Pio de Bragança, Chefe da Casa Real de Portugal, lançou a discussão sobre aquilo que, se aliado a um forte empenho por parte dos governos da Lusofonia, pode, indubitavelmente, constituir a concretização do V Império de Vieira: uma Confederação de Estados Lusófonos do tipo da Commonwealth Britânica. Com efeito, ao contrário da UE, que não tem quaisquer bases históricas, culturais ou étnicas com que possa justificar a sua existência, a relação quase familiar que existe entre os povos de Portugal, do Brasil, de Angola, da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe, de Cabo Verde, de Timor, de Macau e, até certo ponto, da Galiza, constituem aquilo que poderia chamar-se de “Nação Lusófona”.
Com o passar do tempo, tem-se tornado cada vez mais óbvio que o modelo de integração europeia se baseia em falácias e não oferece a Portugal a perspectiva de um futuro melhor.
Salvou-nos a UE da crise? Impediu a nossa recessão? Criou verdadeiro desenvolvimento?
Longe disso, a União não fez mais que fazer de Portugal um país totalmente dependente de Bruxelas, incapaz de viver sem a esmola comunitária e a pena, para nós degradante, do eixo Berlim-Paris.
É por isso que a proposta do Duque de Bragança e que muitos outros portugueses, nomeadamente eu, já tinham defendido, é hoje mais legítima e razoável que nunca.
Só uma forte aproximação aos nossos verdadeiros irmãos transatlânticos pode iniciar algo que, sem ser fácil de atingir, é o único caminho viável que se apresenta a Portugal.
Lamentavelmente, porém, nenhum dos partidos políticos presentemente representados na AR vê a progressivamente mais óbvia indispensabilidade desta viragem radical: de uma Bruxelas que nos humilha para um mundo ultramarino que não apenas nos chama, mas também que nos acolhe.
Rafael Borges, 23-12-2010
Publicada por Maria Menezes no blogue "Família Real Portuguesa"
HENRIQUE DE PAIVA COUCEIRO: UMA VIDA DE HONRA E GLÓRIA
Faz 149
anos que nasceu uma das figuras maiores da nossa História
Contemporânea, o comandante Paiva Couceiro, que entregou a alma ao
criador a 11 de Fevereiro de 1944.
Resumir a vida deste militar e
governador ultramarino é quase impossível, dada a dimensão da sua vida e
o brilho e luminosidade da sua obra modelar. Um exemplo de heroísmo,
tenacidade e virtudes cívicas.
Henrique Mitchell de Paiva Cabral
Couceiro nasceu em S. Mamede, freguesia da cidade de Lisboa, a 30 de
Dezembro de 1861, filho do general José Joaquim de Paiva Cabral Couceiro
e de D. Helena Isabel Teresa Armstrong Mitchell.
Casou a 21 de Novembro de 1896, em
Lisboa, com D. Júlia Maria do Carmo de Noronha (1873+1941), filha
primogénita e herdeira do dr. D. Miguel Aleixo António do Carmo de
Noronha (1850+1932), 3.º Conde de Paraty, e de sua mulher D. Isabel de
Sousa Mourão e Vasconcelos (1849+1936).
Como militar assentou praça no
Regimento de Cavalaria Lanceiros d’El-Rei (1879) e cobriu-se de glória,
pela acção notável em Humpata, Angola (1889), na campanha militar de
Angola (1889-1891), na campanha de Melilla, no Marrocos espanhol (1893) e
nos combates de Marracuene e Magul, Moçambique (1895), em coragem
enaltecida.
Foi formado com o Curso de Artilharia
da Escola do Exército (1881-1884); alferes (1881); segundo-tenente de
Artilharia (1884); primeiro-tenente (1889); comandante de Cavalaria da
Humpata, Angola (1889-1891); cavaleiro da Ordem de Torre e Espada
(1890); oficial da Ordem de Torre e Espada (1891); Medalha de Prata para
distinção ao mérito, filantropia e generosidade (1892); condecorado com
a Cruz de 1.ª Classe do Mérito Militar de Espanha (1893); ajudante do
comando do Grupo de Baterias de Artilharia a Cavalo (1894);
ajudante-de-campo do Comissário Régio de Moçambique (1894-1895);
cavaleiro da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis (1895); capitão de
Artilharia (1895); ajudante-de-campo honorário do Rei Dom Carlos (1895);
proclamado «benemérito da Pátria» (1896); comendador da Ordem de Torre e
Espada (1896); conselheiro do Conselho de Sua Majestade; condecorado
com a Medalha Militar de Ouro do Valor Militar (1896); condecorado com a
Medalha Militar de Prata de Comportamento Exemplar; condecorado com a
Medalha de Prata da Rainha D. Amélia (1896); deputado da Nação
(1906-1907); vogal da Comissão Parlamentar do Ultramar (1906); vogal da
Comissão Parlamentar de Administração Pública (1906-1907); vogal da
Comissão Parlamentar da Guerra (1906-1907); Governador-Geral de Angola
(1907-1909); demitido do Exército (1911); comandante das Incursões
Monárquicas de 1911 e 1912; Presidente da Junta Governativa do Reino, na
Monarquia do Norte (1919); escritor.
Monárquico convicto, foi
anti-republicano de gema e anti-salazarista, sendo perseguido pelo
Estado Novo, em atropelo das garantias das liberdades cívicas, tratado
como um reles vigarista, esquecida a sua imensa folha de serviços
prestados à Pátria.
Ousou afrontar o tirânico Salazar,
que, de forma iníqua e arbitrária, o mandou expulsar do País em 1935 e
prendê-lo e deportá-lo novamente em 1937, por discordar da política
ultramarina do Presidente do Conselho e do Estado Novo.
Numa altura em que Paiva Couceiro
tinha já 76 anos de idade foi posto na fronteira sem quaisquer
documentos, a sofrer as agruras do exílio! Incomodava sempre porque era
um homem de brio, dignidade, de raro carácter, um idealista romântico,
audaz e tenaz, em cujas veias latejava um elevado conceito de Honra.
Um homem sincero e
notável, acima de tudo um Homem de acção e um Homem da Nação. Não
curvava a cabeça alva e digna perante o tirano “Botas”, como paladino da
Pátria, eivado de predicados indispensáveis.
Deixou uma impressão indelével nas páginas da nossa História, uma luz que cintilava uma coragem sublimada.
(fonte: Blogue Escavar em ruínas - http://escavar-em-ruinas.blogs.sapo.pt/)
PAIVA COUCEIRO E A CONTRA-REVOLUÇÃO MONÁRQUICA (1910-1919)
A
contra-revolução monárquica sucedeu quase de imediato à proclamação da
República, em 5 de Outubro de 1910 e teve como objectivo primordial
organizar um movimento politico-militar capaz de derrubar as
instituições do novo regime e restaurar a situação vigente até àquela
data. A história da I República é pontuada, desde os seus alvores, por
um esforço contra-revolucionário levado a cabo por sectores descontentes
com as medidas decretadas pelos governos republicanos e que, incluindo o
clero e forças politicas conservadoras e radicais, tinham nos
monárquicos de diversas tendências (dos integralistas aos
monárquico-constitucionais...) os seus mentores mais salientes e
inconformados. O chefe carismático da contra-revolução monárquica foi
sem dúvida Henrique de Paiva Couceiro, um dos poucos realistas que
resistiu em armas à revolução republicana e que, refugiado político na
Galiza, comandou duas frustradas incursões no norte do País, em 1911 e
1912. No início de 1919, conseguiu subverter as instituições da parte do
território continental que ia do Minho à linha do Vouga, restaurando a
monarquia durante 25 dias. Em nome do Rei e estrategicamente, restaurou a
Carta Constitucional de 1826. Contudo, o seu objectivo maior era o
regresso à Monarquia Integral, medieval, católica e corporativa. Foi
fugaz a experiência da Monarquia do Norte, durante a qual uma Junta
Governativa presidida por Couceiro revogou toda a legislação republicana
promulgada desde 5 de Outubro de 1910, restaurou a bandeira e o hino
monárquicos e legislou intensa e infrutiferamente. A sublevação
monárquica de 1919 haveria de abortar, ao não lograr obter apoios
fundamentais que poderiam garantir a sua sobrevivência. O malogro da
breve experiência monárquica era inevitável. Porém a ideia e a
expectativa da restauração realista mantiveram-se até à emergência do
Estado Novo, acabando o “monárquico de coração”, Oliveira Salazar, por
ser o carrasco de quantos ainda sonhavam no regresso ao 4 de Outubro de
1910...
ARTUR FERREIRA COIMBRA
BRAGA, 2000
(fonte: Blogue A Monarquia do Norte)
SUGESTÃO DE LEITURA
AS PRESIDENCIAIS - UM DESÍGNIO ESTÉRIL

Dito isto, gostava de deixar expresso que considero que o vencedor antecipado, Cavaco Silva, simboliza o lado idílico (que não me convence) daquilo que uma república tem para nos oferecer: a ascensão duma pessoa de origem social modesta e geograficamente periférica ao topo da hierarquia do Estado. Em última análise esta promoção personifica a consumação do mais alto desígnio duma democracia, bandeira antes tão querida duma Esquerda que hoje é dominada por uma casta aburguesada e pretensiosa que adivinha no presidente Cavaco as suas envergonhadas origens rústicas, um Portugal real que injustamente desprezam por complexos sociais. Depois, parece-me injustificado o rancor ao presidente corporizado por uma certa direita que desse modo projecta as suas frustrações para a pessoa do presidente, quando o problema está na natureza do cargo, que é basicamente inútil. Bem que eu gostaria de perceber em que se consubstancia esse famigerado “magistério de influência”: imaginem os problemas de consciência e hesitações com que o José Sócrates se foi debatendo de cada vez que saía dos seus encontros em Belém ao longo do seu desastroso mandato…
É por estas e por outras que, confesso, me custa muito ter de aturar o circo que por estes dias se levanta, as polémicas estéreis e promessas vãs, os recursos e energias inúteis que este País à beira da falência se prepara para desbaratar. O Presidente da república é cargo de fraco valor simbólico, um árbitro recrutado a uma das equipas a quem houve a sensatez de retirar o apito e os cartões para não chatear muito. De resto espera-se que esta farsa insana pela nossa saúdinha se decida à primeira volta, pois que se houver segunda eu emigro.
Aqui chegados, nós portugueses temos aquilo que merecemos: somos um povo descrente, uma Nação em acelerada dissolução sem ideal ou utopia, e o espectáculo proporcionado pelos candidatos a Belém é profundamente estéril e depressivo. Prodígio que será confirmado nas urnas em Janeiro, e para o qual eu contribuirei com um a expressão de um voto Nulo com um “Viva a Monarquia, Viva Portugal”.
João Távora
Fonte: Real Associação de Lisboa
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
S.A.R., DOM DUARTE VISITA AS CAVES DA RAPOSEIRA
Aproveitando
a sua presença no tradicional Jantar dos Conjurados, promovido pela
Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro, que este ano decorreu na
cidade de Lamego, Dom Duarte de Bragança aproveitou a oportunidade para
visitar as Caves da Raposeira, as mais antigas de Portugal. A
Raposeira, a produzir espumantes desde 1898, sob a batuta do Prof.
Orlando Lourenço, continua a manter uma posição sólida no mercado
nacional, não passando despercebida esta imagem ao Duque de Bragança que
nesta sua visita destacou a “Raposeira como uma marca nacional pelo
reconhecimento da qualidade dos seus espumantes”.
No Jantar dos Conjurados, aberto a todas as pessoas que pugnam ou têm simpatia pelo Ideal Monárquico e também a todos aqueles que simplesmente querem associar-se à evocação de uma data marcante da História portuguesa que assinala o 370º aniversário da Restauração da Independência de Portugal, não faltou o tradicional “brinde à Pátria” com espumante Raposeira.
VENCIDOS DA VIDA
Na Visão de 21 de Dezembro, o dr
Mário Soares escreveu um artigo em que se manifestou irritado com os
comentadores que apontam o descalabro da situação portuguesa actual.
É certo que qualquer pessoa
medianamente inteligente e sensata preconizava este estado há pelo menos vinte
anos, mas todos preferiam ignorar. Concordo que hoje, não se podendo mais
esconder os factos, proliferam como cogumelos nos media os profetas da
desgraça.
Mas a irritação de Mário Soares
dá-lhe azo a trazer à memória o rei Dom Carlos, a que chama de “mal casado com
uma francesa” e acusando-o de desprezar o povo, ao qual se terá um dia referido
como a “piolheira”.
Quanta maldade!...
A Monarquia, enfraquecida pela
inapta classe política parlamentar e por uma crise internacional verdadeiramente agressiva para Portugal,
cedeu facilmente a um pequeno grupo de republicanos que, no meio do desânimo,
prometiam riqueza e prosperidade, acusando o rei e o regime de todos os males,
usando para isso da calúnia e benificiando do terrorismo da carbonária.
Mário Soares voltou a mostrar as
garras do jacobinismo republicano, denunciando que, afinal, o que
verdadeiramente o irrita não são os comentadores mas sim verificar que cem anos
após a República falhou.
ABMeneses
Real Associação de Viseu
D.Carlos foi muito influenciado pelos “vencidos da vida” que refere pois tinham-se tornado um círculo influente junto do príncipe herdeiro antes da morte de D.Luís I, assim como depois de D.Carlos tomar o trono. Nesse contexto, Eça de Queiroz escreveu na Revista de Portugal logo que o príncipe subiu ao trono: O Rei surge como a única força que no País ainda vive e opera. Mas tal nesse tempo como hoje aqueles que são contra o sistema normalmente são marginalizados pela Brigada do Reumático.
D.Carlos I podia ser “mal casado com uma francesa” mas não enganou o povo como o Presidente Teixeira Gomes que se não resvalasse para a pedofilia andava lá perigosamente perto como por exemplo se pode ler AQUI . Aliás os republicanos de hoje são em certa medida iguais aos de 1910, quando é para atacar sem argumentos atacam pela baixeza da retórica.
Militante do Partido Socialista por Aveiro
Rui Monteiro
RESPOSTA DO NOSSO ASSOCIADO RUI MONTEIRO
A nossa Sociedade no meio de tantos
avanços costuma de alguma forma relegar para segundo plano as pessoas
mais idosas que em tempos idos eram consideradas as mais sábias ficando
no topo da hierarquia social desde as metrópoles mas principalmente no
meio rural. Ver um artigo como este
do meu camarada Mário Soares faz-me pensar se é justo ou não o lugar de
esquecimento em que a Sociedade actual coloca os mais “sábios”, como
todos sabemos a verdade que Mário Soares fala no seu artigo só a vê quem
a quer, ou melhor, quer ele que vejamos só a parte dele que lhe
interessa da questão. Mário Soares ao referir-se aos “Vencidos da Vida”
coloca D.Carlos numa posição distante dos mesmos, talvez pelo peso da
sua idade ? ou talvez porque a memória de Mário Soares já falha ?
D.Carlos foi muito influenciado pelos “vencidos da vida” que refere pois tinham-se tornado um círculo influente junto do príncipe herdeiro antes da morte de D.Luís I, assim como depois de D.Carlos tomar o trono. Nesse contexto, Eça de Queiroz escreveu na Revista de Portugal logo que o príncipe subiu ao trono: O Rei surge como a única força que no País ainda vive e opera. Mas tal nesse tempo como hoje aqueles que são contra o sistema normalmente são marginalizados pela Brigada do Reumático.
D.Carlos I podia ser “mal casado com uma francesa” mas não enganou o povo como o Presidente Teixeira Gomes que se não resvalasse para a pedofilia andava lá perigosamente perto como por exemplo se pode ler AQUI . Aliás os republicanos de hoje são em certa medida iguais aos de 1910, quando é para atacar sem argumentos atacam pela baixeza da retórica.
Segundo o camarada Mário Soares
“o movimento republicano teve sempre, assim, um cunho acentuadamente
patriótico”, isso não se põe em causa mas é curioso como a questão
colonial que fazia parte do discurso republicano foi completamente
esquecida das Comemorações do Centenário. Não nos podemos esquecer das
raízes da questão do mapa ?cor-de-rosa, o incidente de Serpa Pinto que
provocou o que veio a seguir tinha em grande parte já sido alimentado
pelos desejos de Cecil Rhodes que queria construir um caminho de ferro
que fosse do Cairo até à Cidade do Cabo para transportar ? diamantes.
Ora como D.Carlos, ou melhor o Governo Progressista de Luciano de
Castro, poderia alguma vez negar o Ultimato à Inglaterra e entrar em
Guerra com a maior potência militar do séc.XIX ? Não é este um acto
patriótico de salvar a Pátria da desgraça ? Coisa que os republicanos
não fizeram quando em 1916 a República participou na I Grande Guerra
onde morreram 75 000 militares do CEP em nome da recuperação do
prestígio perdido por Portugal se tornar uma República ?
Acredito que o Povo Português pode ter
um futuro e que ao contrário do que alguns da “Brigada do Reumático”
dizem Portugal ainda tem futuro, por acreditar que Portugal tem futuro
D.Duarte de Bragança deslocou-se ao Brasil e está a mediar um possível
acordo entre Brasil e Portugal respeitante à aquisição de títulos de
dívida por parte dos Brasileiros. Como Monárquico Democrata sinto imenso
orgulho por ver que o Herdeiro do Trono de Portugal mais uma vez está a
SERVIR o seu país e não se está a SERVIR dele como se pode ver aqui e pelo telegrama de Dilma Roussef a D.Duarte.
Sim Portugal tem Futuro, nós monárquicos que acreditamos numa Monarquia
Constitucional nunca colocamos e nunca vamos colocar a nossa
Independência em Causa.
Rui Monteiro
Os 'vencidos da vida' de hoje
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Irritam-me os portugueses que se comprazem em dizer mal de Portugal.
Tudo é negro no nosso país e tudo vai ser pior. Esta moda, snob, vem
desde os "vencidos da vida", uma tertúlia chique, criada em finais do
século XIX, por reputados intelectuais, escritores e aristocratas, como
Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Carlos Mayer, Guerra
Junqueiro, António Cândido, marquês de Soveral, conde de Ficalho, Lobo
d'Ávila e outros mais, que marcaram a sociedade portuguesa da época, com
o seu aristocrático pessimismo e a necessidade que sentiam de idolatrar
a França e a cultura francesa.
O rei D. Carlos era também um apaixonado da França, que visitava regularmente. Era, aliás, mal casado com uma francesa, a rainha D. Amélia de Orleães, e quando ia a Paris, "respirar civilização", comprazia-se, à partida, a dizer aos seus acompanhantes: lá vamos voltar para "a nossa piolheira". Foi esse desprezo por Portugal e pelo Povo Português - sobretudo após a cedência ao ultimato inglês - que conduziu ao 31 de Janeiro, a primeira Revolução Republicana (frustrada) que teve lugar no Porto, e depois ao regicídio e ao 5 de Outubro. O movimento republicano teve sempre, assim, um cunho acentuadamente patriótico, desde a celebração do tricentenário de Camões, em 1890, que levou, em 1916, a República a participar na I Grande Guerra, essencialmente para defesa das nossas colónias, ameaçadas pelos apetites de expansão de Inglaterra e da Alemanha, com origem no mapa ?cor-de-rosa e na Conferência de Berlim.Vem isto a propósito da irritação - e da tristeza - que me provocam as diatribes de muitos comentadores encartados e economicistas que só veem os números - e não as pessoas, que são o que conta - quando nos procuram convencer que "Portugal está falido, vai deixar de ser um país independente" e outras diatribes sem sentido. Até porque não nos dizem nunca o principal, isto é: como vamos sair da crise que nos afeta, vinda da União Europeia... A verdade é que a maioria dos portugueses, das nossas elites, não conhece o que se passa em Portugal e os progressos incomparáveis que fizemos desde o 25 de Abril. Desprezam os progressos materiais - que são incontestáveis - e o salto imenso que demos, quanto ao prestígio de Portugal no mundo, ao sucesso internacional da Revolução dos Cravos e a influência que teve em todos os continentes, bem como o patamar em que hoje os portugueses estão, em todos os domínios: Ciência, Artes, Tecnologia, Investigação, Cultura, Informática e até no Desporto... Pertenço ao Júri do Prémio Pessoa e todos os anos, na reclusão do Hotel de Seteais, em Sintra, tenho o gosto de estudar e trocar impressões com os meus colegas, sobre os inúmeros candidatos que nos dão a escolher, em todos os domínios do conhecimento. É impressionante e reconfortante. Este ano, atribuímos o prémio a uma prof.ª, médica, investigadora chefe de um Centro que funciona na Faculdade de Medicina de Lisboa, com dezenas de investigadores doutorados, em Portugal e no estrangeiro, que estudam os mecanismos básicos nas células humanas. Trata-se de um Centro de excelência, de grande prestígio internacional, obviamente nos meios científicos da especialidade.A prof.ª que dirige o Centro e à qual foi atribuído o prémio chama-se Maria Carmo Fonseca. É uma cientista altamente reputada e reconhecida nos meios científicos. Discreta, portuguesa dos sete costados, com uns olhos glaucos, que revelam a sua extraordinária inteligência. É um exemplo - um simples exemplo - do Portugal livre em que vivemos, em que se fazem descobertas e estudos, admirados por todo o mundo, que os derrotistas, que todos os dias entram pelas nossas casas, pelas televisões, não conhecem, porque nada sabem das pessoas - o capital mais precioso - e só se ocupam dos dinheiros e das taxas dos juros, que todos os dias sobem ou descem, na economia virtual em que persistimos em viver... < |
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
MAGNÍFICO VÍDEO: MONARQUIA VS REPÚBLICA EM PORTUGAL
(Para obter legendas em Português clique em CC)
(Fonte: Canal de CronicasPeregrinacao no YouTube)
DIA DE NATAL PELO PADRE GONÇALO PORTOCARRERO DE ALMADA
DIA DE NATAL*
Diálogo entre o Pai Natal e o
Menino Jesus
Foi numa esquina qualquer que se encontraram
o Pai Natal e o Menino Jesus. Enquanto aquele se preparava para trepar um
prédio, com o seu saco às costas, este último, recém-nascido, descia à terra e
oferecia-se inerme, num pobre estandarte, que cobria uma mísera janela.
- Quem és tu, Menino – disse o velho – e que
fazes por aqui?! É a primeira vez que te vejo!
- Sou Jesus de Nazaré e ando há vinte séculos
à procura de uma casa que me receba e, como há dois mil anos em Belém, não há
quem me dê pousada.
- Pois não é de estranhar! Não vês que vens
quase nu?! Porque não trazes roupas quentes, como as que eu tenho, para me
proteger do frio do inverno?
- O calor com que me aqueço é o fogo do meu
amor e o afecto dos que me amam.
- Eu trago muitos presentes, para os
distribuir pelas casas das redondezas. E tu, que andas por aqui a fazer?
- Eu sou rico, mas fiz-me pobre, para os
pobres enriquecer com a minha pobreza. Eu próprio sou o presente de quem me
acolher. Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser, porque quanto mais
despojada é a vida humana, maior é aos olhos do Criador.
- E de onde vens e como vieste até aqui? Eu
venho da Lapónia, lá para as bandas do pólo norte.
- Eu venho do céu, de onde é o meu Pai
eterno, e vim ao mundo pelo sim de uma virgem, que me concebeu do Espírito
Santo.
- Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de
ninguém que tenha nascido de uma virgem e assim tenha vindo ao mundo! E não
tens nenhum animal que te transporte para tão longa viagem, como eu tenho estas
renas?
- Um burrinho foi a minha companhia em Belém,
e foi também o meu trono real, na entrada triunfal em Jerusalém.
- Um burro?! Não é grande coisa, para trono
de um rei…
- O meu reino não é deste mundo e a sua
entrada é tão estreita que os meus cortesãos, para lá entrarem, se têm que
fazer pequeninos, porque destes é o meu reino.
- E que coisas ofereces? Que tesouros tens
para dar? Que prometes?
- Trago a felicidade, mas escondida na cruz
de cada dia; trago o céu, mas oculto no pó da terra; trago a alegria e a paz,
mas no reverso das labutas do próprio dever; trago a eternidade, mas no tempo
gasto ao serviço dos outros; trago o amor, mas como flor e fruto da entrega
sacrificada.
- Pois eu trago as coisas que me pediram:
jogos e brinquedos para os miúdos e, para os graúdos, saúde, prazer, riqueza e
poder. Mas, por mais que lhes dê, nunca estão satisfeitos!
- A quem me dou, quer-me sempre mais na
caridade que tem aos outros, porque é nos outros que eu quero que me amem a
mim.
- Mais um enigma! De facto, somos muito
diferentes, mas pelo menos numa coisa nos parecemos: ambos estamos sós, nesta
noite de consoada!
- Eu nunca estou só, porque onde estou, está
sempre o meu Pai e onde eu e o Pai estamos, está também o Amor que nós somos e
estão aqueles que me amam.
- Bom, a conversa está demorada e ainda tenho
muitas casas para assaltar, pela lareira, como manda a praxe.
- Eu estou à porta e bato e só entrarei na
casa de quem liberrimamente me abrir a porta do seu coração e aí cearei e farei
a minha morada.
- Pois sim, mas eu vou andando que já estou
velho e cansado …
- Eu acabo de nascer e quem, mesmo sendo
velho, renascer comigo, será como uma fonte de água viva a jorrar para a vida
eterna.
O velho Pai Natal, resmungando, subiu ao
telhado do luxuoso prédio, atirou-se pela chaminé abaixo e desapareceu.
Foi então que a janela onde estava o estandarte
se abriu e uma pobre velhinha de rosto enrugado, como um antigo pergaminho,
beijou o reverso da imagem do Deus Menino, que estremeceu de emoção. A seguir,
encostou a vidraça, apagou a luz e, muito de mansinho, adormeceu. Depois, o
Menino Jesus, sem a acordar, pegou nela ao colo e, fazendo do seu pendão um
tapete mágico, levou-a consigo para o Céu.
P. Gonçalo Portocarrero de
Almada
* Os primeiros cristãos chamavam dies
natalis, ou seja, natal, ao dia da sua morte, porque entendiam que esse era
o dia do seu nascimento para a verdadeira vida.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
HÁ QUE CONTAR A HISTÓRIA DA DEVOLUÇÃO DOS BENS À FAMÍLIA REAL
No
ano do centenário da República, Isabel Silveira Godinho afirmou que a
República “vilipendiou e disse muito mal da Família Real, como lhe
competia, mas portou-se muito bem ao devolver todos os bens de carácter
pessoal”. “A República portou-se muito bem ao devolver os livros, as
jóias pessoais, as pratas, os móveis, os tapetes, os fatos, à sua custa,
e é uma história que este palácio vai ter de contar um dia”, disse a
responsável. Após a proclamação da República, o Paço da Ajuda,
residência da Rainha Pia que, depois de enviuvar, “passou apenas a
ocupar o piso térreo”, foi selado.
“Uma
comissão que integrava um representante da soberana fez um exaustivo
inventário, desde pentes e móveis às pratas e jóias”, disse.
Trata-se
de uma listagem curiosa em que a cada sala corresponde uma letra do
alfabeto “e quando se esgotou o alfabeto, repetiram-se as letras, sendo
cada uma acompanhada de sinais diacríticos, A’; A’’ e por aí fora”,
explicou.
Dentro de cada sala “cada objecto foi numerado e referenciado” e ainda hoje serve “como um thesaurus”, rematou.
No
próximo ano cumpre-se o centenário da morte da Rainha Maria Pia
(1847-1911), e o PNA prepara várias iniciativas com base em várias
linhas de investigação.
A responsável afirmou que “o palácio deve muito ao empenho da Rainha que era uma mulher fora da sua época”.
As
críticas republicanas aos gastos da Mulher de Dom Luís e Mãe de Dom
Carlos, permitem que hoje o Palácio possua “riquíssimas colecções não só
na qualidade e género como na quantidade”.
A
responsável projecta “fazer um dia” uma exposição em que se mostra as
quantidades existentes de objectos de quotidiano que há no PNA.
“A
riqueza de uma casa afere-se também pela quantidade e é extraordinária.
Não há dezenas de marcadores vermeil, há mais de uma centena, por
exemplo”, disse.
Referindo-se
à Rainha, Isabel Silveira Godinho que dirige o PNA há 30 anos, afirmou
que esta “sabia o que comprava, e a ela se deve muito da riqueza das
actuais colecções”.
A responsável afirmou que o assassinato do filho e do neto (Dom Carlos e Dom Luís Filipe) abalou muito Maria Pia.
Referindo-se
à citada demência da Rainha que o dramaturgo António Patrício na peça
“O Fim” ilustra com a régia personagem a regar as flores do tapete do
quarto, a directora do PNA argumentou: “julgo que não, mas é claro todos
temos uns dias mais negros que outros”.
“É
natural que tivesse um desgosto grande. Ninguém pode ficar impávida e
serena perante uma desgraça colossal como aquela foi [o assassinato do
filho e do neto em Fevereiro de 1908]”, disse.
“E
a barbaridade como aquilo aconteceu – continuou - ninguém fica na
mesma. A Rainha sofreu, tanto que ela que era uma personagem que sempre
gostou de estar em público e de aparecer, e tinha uma pose real, nem
precisava de usar jóias, nasceu de facto para ser Rainha, desistiu de
estar em cena”.
(ES) - 18-12-2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
FALECEU UM GRANDE MONÁRQUICO: MAESTRO MANUEL IVO CRUZ
Hoje, dia de Natal, um amigo partiu. Conhecia-o há mais de 30 anos.
Ultimamente apenas sabia notícias suas pelo telefone ou através de pessoas
amigas. Data do passado dia 5 de Outubro a sua última aparição pública nos Paços
do Concelho de Guimarães. Monárquico por convicção e fiel correlegionário de SAR
o Duque de Bragança, MANUEL IVO CRUZ, é dele quem falo,
deixou-nos hoje. Já muito abatido pela doença, viveu contudo animado até ao
fim.
Antigo director da orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, de Lisboa,
docente e investigador na área da musicologia histórica portuguesa, era filho do
maestro Ivo Cruz. Nasceu em Lisboa e realizou os seu estudos primários e
secundários na mesma cidade, ingressando, depois, na Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas.
Estudou composição e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na
frequência do curso de direcção de orquestra do Universität Mozarteum da
Universidade de Salzburgo, Áustria, cujo curso concluiu com distinção.
Terminados os seus estudos foi nomeado director musical da Orquestra Filarmónica
de Lisboa e passou a dirigir diversos programas de divulgação musical, com
destaque para os transmitidos na Radiotelevisão Portuguesa (RTP) e na Emissora
Nacional, com cuja orquestra sinfónica passou a colaborar regularmente.
Dedicou-se à música, com especial empenho à ópera, tendo participado na
realização de diversas temporadas no Teatro da Trindade e no Teatro Nacional de
São Carlos, ambos em Lisboa, da Ópera de Câmara do Real Teatro de Queluz e ainda
no Círculo Portuense de Ópera, de que foi presidente e director artístico.
Distinguido com o Prémio Moreira e Sá e o título de Oficial de Mérito
Cultural e Artístico da França, recebeu ainda a Ordem do Rio Branco, do Brasil.
Em Portugal foi feito grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Foi ainda
eleito membro de diversas instituições académicas dedicadas à música e à
cultura, entre as quais a Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da
Ciência, o Instituto de Estudos Culturais do Mundo de Língua Portuguesa e a
Sociedade Brasileira de Musicologia. Ao comemorar o cinquentenário da sua
carreira artística, em 2004, foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com o
grau ouro da Medalha Municipal de Mérito daquela cidade.
O Manuel Ivo deixou-nos hoje. A sua memória ficará para sempre. Um beijo à
Leonor, à Luísa e à Xuxu, ao seu irmão Duarte e aos seus filhos. Adeus Manuel
Ivo.
Pedro Quartin Graça
A REAL ASSOCIAÇÃO DA BEIRA LITORAL ASSOCIA-SE A TODOS OS MONÁRQUICOS, NESTE MOMENTO DOLOROSO, MANIFESTANDO OS SEUS SENTIMENTOS À FAMÍLIA ENLUTADA. PORTUGAL PERDEU UM GRANDE ARTISTA E UM GRANDE HOMEM.
O corpo do Maestro Manuel Ivo Cruz está desde às 15 horas de hoje em Câmara ardente na Igreja da Lapa no Porto, de onde sairá amanhã o funeral para o Cemitério da Lapa pelas 10 horas da manhã.
MAESTRO IVO CRUZ FALA DA SUA LIGAÇÃO COM A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA
Manuel
Ivo Soares Cardoso Cruz (Lisboa, 18 de Maio de 1935) é um maestro e
compositor, antigo director da orquestra do Teatro Nacional de São
Carlos, de Lisboa. Também se destacou como docente e como investigador
na área da musicologia histórica portuguesa. É filho do maestro Ivo
Cruz.
Nasceu em Lisboa, filho do compositor e professor de música Manuel Ivo Cruz (1901-1985) e de Maria Adelaide Burnay Soares Cardoso[1]. Realizou os seu estudos primários e secundários em Lisboa, ingressando seguidamente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas. Entretanto, estudou composição, dirigindo em 1954 o seu primeiro concerto, ao tempo ainda sendo estudante de letras. Terminados os seus estudos em Lisboa, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na frequência do curso de direcção de orquestra do Universität Mozarteum da Universidade de Salzburgo (Universität Salzburg), Áustria, cujo curso concluiu com distinção. Terminados os seus estudos foi nomeado director musical da Orquestra Filarmónica de Lisboa e passou a dirigir diversos programas de divulgação musical, com destaque para os transmitidos na Radiotelevisão Portuguesa (RTP) e na Emissora Nacional, com cuja orquestra sinfónica passou a colaborar regularmente. Dedicou-se à música operática, tenso participado na realização de diversas temporadas no Teatro da Trindade e no Teatro Nacional de São Carlos, ambos em Lisboa, da Ópera de Câmara do Real Teatro de Queluz e ainda no Círculo Portuense de Ópera, de que foi presidente e director artístico. Como maestro convidado participou ainda em diversos concertos e óperas realizados em diversos países, entre os quais Alemanha, Espanha, Brasil, Estados Unidos da América, Rússia e Venezuela. Também se dedicou à investigação e ao ensino, criando cursos, nos quais leccionou, entre os quais os Cursos Internacionais da Costa do Estoril, e realizando inúmeras conferências e colóquios. Também leccionou no Conservatório Superior de Música de Gaia[2]. No campo da investigação dedicou-se à musicologia histórica, estudando as raízes da música portuguesa, da qual recolheu um apreciável repertório. Para divulgar esse acervo, publicou diversas colectâneas nalgumas das mais reputadas editoras portuguesas e internacionais. No ano de 1969 foi distinguido com o Prémio Moreira e Sá, concedido pelo Orfeão Portuense. Mais tarde foi premiado por diversas instituições e agraciado com o título de Oficial de Mérito Cultural e Artístico da França e coma Ordem do Rio Branco, do Brasil. Em Portugal foi feito grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Foi ainda eleito membro de diversas instituições académicas dedicadas à música e à cultura, entre as quais a Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência[3], o Instituto de Estudos Culturais do Mundo de Língua Portuguesa[4] e a Sociedade Brasileira de Musicologia.
Ao
comemorar o cinquentenário da sua carreira artística, em 2004, foi
agraciado pela Câmara Municipal do Porto com o grau ouro da Medalha
Municipal de Mérito daquela cidade.
Foi deputado municipal na Assembleia Municipal de Lisboa (1990-1993)[5], eleito nas listas do Partido Popular Monárquico.
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No dia
03 de Junho de 2009, às 11h, na Sala de Orquestra, no Campus Foz,
decorreu no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa
a cerimónia protocolar de doação do espólio Musical do Maestro Manuel
Ivo Cruz. Ao longo dos 50 anos de carreira como chefe de Orquestra, o
Maestro Manuel Ivo Cruz, já dirigiu a maior parte das obras que se
inscrevem no reportório da música sinfónica. É porventura o Maestro
português que mais ópera dirigiu, quer em quantidade mas principalmente
em diversidade.(...)
Publicada por
Maria Menezes no Blogue "Família Real Portuguesa"
DIRECTORA DO PALÁCIO D'AJUDA QUER TRASLADAR RAINHA MARIA PIA PARA PORTUGAL
Lisboa,
18 dez (Lusa) - A diretora do Palácio Nacional da Ajuda, Isabel
Silveira Godinho, quer que o corpo da Rainha Maria Pia venha para
Portugal "e seja sepultado junto da sua família, o marido e os filhos",
afirmou em entrevista à Lusa.
"Maria
Pia é a única Rainha que está sepultada no estrangeiro. Ela era uma
grande patriota, uma grande portuguesa por isso é que a quero trazer
para Portugal", disse a responsável que já em 2005 encetou contactos
para a trasladação.
A
Rainha Maria Pia, falecida 05 de julho de 1911 em Stupinigi (arredores
da cidade italiana de Turim), encontra-se sepultada no panteão dos
Sabóia na Basílica de Superga, em Itália.
"Gostaria
muito que o Governo me ajudasse, pois só o Governo pode fazer um
funeral de Estado que é devido a uma Rainha por protocolo", esclareceu.
"Gostava
- prosseguiu - que o Governo se sensibilizasse para o centenário da
morte de uma grande portuguesa que está enterrada em Soperga e que pediu
que a enterrassem com a cabeça virada para Portugal, isto quer dizer
alguma coisa, os seu estão cá".
Para
a diretora do Palácio, "Maria Pia preferia morrer ou sofrer na pele a
República do que ir para o exílio. Se lhe tivessem dito isso, teria
recusado. A Rainha embarcou na Ericeira convencida que ia para o Porto".
A
data de Julho seria a ideal, "gostaria que o corpo da Rainha chegasse e
pudesse ir para São Vicente de Fora, fosse rezada uma missa bonita com
Te Deum, e com tudo a que ela tem direito".
Esta
não é a primeira vez que Isabel Silveira Godinho faz esforços para
trazer o corpo da soberana, mas em Janeiro irá reunir-se com a
Presidência da República para que se reiniciem as diligências.
Em
2005 foi tentado e "tudo ia nesse sentido, O Chefe da Casa Real
Portuguesa, Dom Duarte de Bragança escreveu as cartas necessárias, a
família Sabóia autorizou a trasladação, estava tudo tratado, havia até
um orçamento que não era nada exagerado", contou.
"Gostava
que pudesse vir de barco pois foi de barco que viajou de Itália para
casar em Portugal com o Rei Dom Luís", acrescentou.
Para
Isabel Silveira Godinho não se justifica quaisquer fantasmas à
centenária república. "Já passou tempo suficiente para a república estar
bem consolidada e não haver qualquer medo, [não há receio] pelo facto
da Rainha vir para Portugal poder abalar o que quer que fosse na
sociedade portuguesa", sublinhou. Um sentimento bem diverso daquele que a
Rainha suscitou quando chegou a Portugal em 1862. "Ela chegou e marcou
logo uma posição. Qualquer pessoa que sai da normalidade ou se gosta
muito ou se detesta", disse.
Maria
Pia de Sabóia chegou a Portugal com 14 anos, "vinda de uma corte onde
se vivia a glória da vitória, pois o seu pai [Victor Manuel II] foi o
unificador da Itália".
A
jovem Princesa "vinha com uma alegria e maneira de viver que
contrastava com a corte portuguesa que estava enlutada pela morte de Dom
Pedro V no ano anterior".
NL. - Lusa/fim
Fonte: MSN Notícias
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