Hoje, dia de Natal, um amigo partiu. Conhecia-o há mais de 30 anos.
Ultimamente apenas sabia notícias suas pelo telefone ou através de pessoas
amigas. Data do passado dia 5 de Outubro a sua última aparição pública nos Paços
do Concelho de Guimarães. Monárquico por convicção e fiel correlegionário de SAR
o Duque de Bragança, MANUEL IVO CRUZ, é dele quem falo,
deixou-nos hoje. Já muito abatido pela doença, viveu contudo animado até ao
fim.
Antigo director da orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, de Lisboa,
docente e investigador na área da musicologia histórica portuguesa, era filho do
maestro Ivo Cruz. Nasceu em Lisboa e realizou os seu estudos primários e
secundários na mesma cidade, ingressando, depois, na Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas.
Estudou composição e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na
frequência do curso de direcção de orquestra do Universität Mozarteum da
Universidade de Salzburgo, Áustria, cujo curso concluiu com distinção.
Terminados os seus estudos foi nomeado director musical da Orquestra Filarmónica
de Lisboa e passou a dirigir diversos programas de divulgação musical, com
destaque para os transmitidos na Radiotelevisão Portuguesa (RTP) e na Emissora
Nacional, com cuja orquestra sinfónica passou a colaborar regularmente.
Dedicou-se à música, com especial empenho à ópera, tendo participado na
realização de diversas temporadas no Teatro da Trindade e no Teatro Nacional de
São Carlos, ambos em Lisboa, da Ópera de Câmara do Real Teatro de Queluz e ainda
no Círculo Portuense de Ópera, de que foi presidente e director artístico.
Distinguido com o Prémio Moreira e Sá e o título de Oficial de Mérito
Cultural e Artístico da França, recebeu ainda a Ordem do Rio Branco, do Brasil.
Em Portugal foi feito grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Foi ainda
eleito membro de diversas instituições académicas dedicadas à música e à
cultura, entre as quais a Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da
Ciência, o Instituto de Estudos Culturais do Mundo de Língua Portuguesa e a
Sociedade Brasileira de Musicologia. Ao comemorar o cinquentenário da sua
carreira artística, em 2004, foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com o
grau ouro da Medalha Municipal de Mérito daquela cidade.
O Manuel Ivo deixou-nos hoje. A sua memória ficará para sempre. Um beijo à
Leonor, à Luísa e à Xuxu, ao seu irmão Duarte e aos seus filhos. Adeus Manuel
Ivo.
Pedro Quartin Graça
A REAL ASSOCIAÇÃO DA BEIRA LITORAL ASSOCIA-SE A TODOS OS MONÁRQUICOS, NESTE MOMENTO DOLOROSO, MANIFESTANDO OS SEUS SENTIMENTOS À FAMÍLIA ENLUTADA. PORTUGAL PERDEU UM GRANDE ARTISTA E UM GRANDE HOMEM.
O corpo do Maestro Manuel Ivo Cruz está desde às 15 horas de hoje em Câmara ardente na Igreja da Lapa no Porto, de onde sairá amanhã o funeral para o Cemitério da Lapa pelas 10 horas da manhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário