O chefe da Casa Real Portuguesa, Duarte Pio de Bragança, decidiu
promover uma linha de ajuda às vítimas das chuvas no Brasil, através de
uma conta cujas contribuições serão entregues à Caritas brasileira,
escreve a Lusa.
A conta foi aberta pela Fundação D. Manuel II, presidida por Duarte
Pio, e começou já a receber ajudas: «Pequenas ajudas, mas é isso que
conta. São muitas ajudas de cinco, dez, cinquenta euros, que estão a
chegar e que têm um impacto psicológico no Brasil muito importante, além
da ajuda material, que sempre é útil», disse o duque de Bragança, em
declarações à Lusa.
Centenas de milhar de pessoas «perderam tudo o que tinham. Houve uma
quantidade enorme de casas que desapareceram ou então que o seu conteúdo
foi todo arrastado pelas águas», afirmou.
O chefe da Casa Real Portuguesa tem uma ligação particularmente forte
ao Brasil: não só é filho de mãe brasileira, como tem «imensos primos»,
pelo ramo Orléans e Bragança, que residem na região afectada. «Alguns
até tiveram problemas com estas inundações. Houve uma casa, de um dos
primos, que foi inundada em Petrópolis», indicou.
A conta pretende responder ao maior desastre natural de sempre no
Brasil e Duarte Pio acrescenta-lhe outras razões: «Sinto e sei que os
brasileiros dão muita importância ao apoio de Portugal, não por uma
questão de dinheiro, mas por uma questão de afectividade, de uma ligação
de fraternidade histórica que dura há quinhentos anos».
A conta foi aberta na Caixa Agrícola Terras de Viriato, de Viseu, e
contou com o apoio da própria instituição bancária. Tem o número de
identificação bancária (NIB) 0045 30804024155096270 e, «enquanto for
necessário, enquanto continuar a chegar a ajuda, estará activa», garante
o duque de Bragança.
Duarte Pio tem a intenção de se deslocar pessoalmente ao Brasil para
fazer a entrega das doações. «Tenho a intenção de entregar [o montante
angariado], se valer a pena, se for uma quantia interessante, em nome de
todos os portugueses, diretamente à Caritas brasileira», afirmou.
As chuvas intensas que na semana passada atingiram o Estado
brasileiro do Rio de Janeiro, provocando inundações e deslizamentos de
terras, causaram a morte a pelo menos 785 pessoas. Outras 400 permanecem
desaparecidas.
Ainda segundo dados oficiais, pelo menos 6.050 pessoas perderam as suas casas e outras 7.780 ficaram desalojadas.
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