Todos
aprendemos na escola sobre as descobertas e sobre como Portugal foi
grande e todos ouvimos a expressão ter saudades da "glória do passado".
Mas esse passado aconteceu há pouco mais de 100 anos e, no entanto, as
pessoas sentem-no como se fosse algo demasiado longínquo, algo que está
fora das nossas mãos porque "agora é assim" e baixámos os braços. Será
que não se perguntam porque é que agora é assim? ou porque é que tem de
ser assim?
Porque
é que os Portugueses deixaram de acreditar em si e a achar que "somos
pequenos" quando já um dia provámos que conseguimos grandes feitos? Quem
nos "baixou a cabeça"?
Sou
monárquica desde que me lembro. Comecei por sê-lo, em adolescente,
porque olhava para os países monárquicos e achava que funcionavam
melhor. Olhava para o meu país e sentia as pessoas descrentes e
saudosistas. Sou monárquica porque 100 anos de república me provaram que
a república não funciona. Iniciando com uma primeira república, num
clima de violência (iniciado com o regicídio e imposição da república)
que num período de 16 anos possuiu 7 parlamentos, 8 presidentes da
república e cerca de 50 governos (repito: em apenas 16 anos). Com a
palavra democracia na boca do povo o presidente da república era, no
entanto, eleito pelos deputados, ficando o povo de fora dessa eleição,
estávamos já em ditadura apesar de só se falar disso como se ela tivesse
começado depois de 1926 e durado 47 anos. Esta é a história da primeira
parte da nossa república. 62 anos de falhanço! Faltam assim apenas 48
anos para descrever e, para quem acreditava que o 25 de Abril ia salvar a
nossa democracia, a nossa liberdade, o nosso país, mais uma vez, este
sistema veio provar que estavam errados. À ditadura seguiram-se 16 anos
de uma quase anarquia, que colocaram no espírito do português aquela
sensação do "não vale a pena" e do "para quê?". E, com o nosso espírito
já lá em baixo, com os portugueses a deixarem que os abutres continuem a
ser os soberanos do país, continuámos a afastar o país da Europa e dos
países desenvolvidos, trazendo a insegurança e a instabilidade. E,
apesar do índice de desenvolvimento humano da ONU dar os 2 primeiros
lugares do pódio a 2 Monarquias (Noruega e Austrália) e entre os 10
primeiros, 6 serem Monarquias, as pessoas continuam a insistir em
rotular os monárquicos portugueses de demagogistas, fantasiosos,
sonhadores afirmando, como argumento contra a monarquia "não quero o
poder numa só pessoa" revelando assim um total desconhecimento do que é
uma Monarquia Constitucional democrática ou do que são todas as
Monarquias Europeias e esquecendo que as tão faladas ditaduras do século
XX (e mesmo XXI) aconteceram (e acontecem) dentro de repúblicas e não
dentro de Monarquias.
Ao
perderem a Monarquia os portugueses perderam o amor e orgulho por
Portugal. De que nos podemos orgulhar hoje em dia fora um ou outro
sucesso de portugueses isolados (a maior parte das vezes a desenvolver o
seu trabalho no estrangeiro)? Que vitórias têm tido Portugal como país?
Continuamos a concentrar-nos no futebol porque, o resto, deixou de nos
interessar para rejubilo dos "soberanos" que assim continuam a viver de
reforças vitalícias e a fazer-nos pagar campanhas desnecessárias. Tenho
orgulho em ser portuguesa por aquilo que Portugal já foi e por aquilo
que Portugal pode voltar a ser se os cidadãos deste país tomarem
consciência do que, realmente, é esta república que se impôs ao nosso
estado através da morte, do silêncio e da ditadura...
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