O casamento real aconteceu no dia 22 de Maio de 1886 na igreja de São Domingos em Lisboa.
Constando
do programa uma série de recepções no paço, jantares e bailes de corte,
récitas de gala nos teatros, tourada á "antiga portuguesa" na praça do
Campo de Santana (foi inaugurada em 31 de Julho de 1831), duas corridas
de cavalos no hipódromo de Belém, uma quermesse no Jardim Zoológico e um
sarau no Real Ginásio Clube Português, etc.
Dona
Amélia e o seu séquito composto por 57 pessoas, havia chegado a
Portugal dois dias antes à estação de Santa Apolónia, ficando depois
hospedados no paço das Necessidades.
Muita
gente da província, veio a Lisboa para assistir ao casamento real, mas o
povo poucas vezes teve oportunidade de ver o casal, exceptuando a
passagem dos coches pela ruas de Lisboa.
A única cerimónia ao ar livre foi uma parada militar no dia 25 de Maio.
Só
a selecta assistência no teatro S.Carlos pode ver a Princesa Dona
Amélia de perto, no dia em que se ouviram o primeiro acto da ópera
Semiramis e dois actos da Aida de Verdi, ou a que esteve presente no
baile de gala no dia 28 do mesmo mês.
Como
quase sempre em Portugal, o aspecto financeiro é um factor importante,
sobretudo quando se vive com dificuldades o que era manifestamente o
caso, tanto assim que Dom Luís havia considerado a hipótese de adiar o
casamento, devido ao aperto financeiro existente, pois o parlamento
havia disponibilizado menos dinheiro do que o havia concedido para o
casamento de Dom Luís, a quantia de 107 contos.
Os
jovens príncipes foram viver para o palácio de Belém, em frente ao
Tejo, construído por Dom João V na primeira metade do século XVII e que
servia até essa altura para hospedar visitantes a Lisboa.
Aqui
nasceram os seus filhos, Dom Luís Filipe e Dom Manuel II , que foram
baptizados na capela palatina, bem como um parto prematuro de uma
infanta de nome Maria, que não sobreviveu.
A
vida "modesta" a que foram obrigados a viver com um magro orçamento de
40 contos anuais, não impediram que umas "obrinhas" em casa tenham sido
feitas, contratando os grandes pintores da época como Columbano Bordalo
Pinheiro e José Malhoa para decorar algumas salas.
Leque comemorativo do casamento dos Príncipes Dom Carlos e Dona Amélia
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