Fotomontagem realizada por um conhecido gabinete de arquitectura com o impacto da torre no tecido urbano abrantino. |
Dos 4
conventos abrantinos, o único que resiste é o de São Domingos classificado como
Imóvel de Interesse Público. Depois do fim das Ordens Religiosas, o imóvel teve
uma utilização militar até aos anos 60. Estava para ser demolido para construir
no local o novo Palácio da Justiça. A Câmara da altura, dirigida pelo dr
Agostinho Baptista e um grupo de personalidades locais insurgiu-se contra este
acto e conseguiu que o Prof. Antunes Varela, Ministro da Justiça transferisse a
localização do Tribunal para outro local.
O imóvel foi
parcialmente restaurado, aproveitado para fins culturais (Exposição dos Mestres
de Abrantes celebrando os 75 anos de elevação de Abrantes a Cidade), políticos
(Assembleia Municipal), utilização como Escola Preparatória D.Miguel de
Almeida, Biblioteca Municipal e Arquivo Histórico.
Nos anos 90 (inícios)
um projecto do prestigiado arquitecto abrantino Prof. Duarte Castel-Branco levou
à restauração de parte importante do Convento e à instalação da Biblioteca
António Botto, um dos ícones culturais da Cidade. Era Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, o dr.
Humberto Lopes.
A obra foi
elogiada pela crítica da especialidade, por exemplo por Francisco Hipólito
Raposo no Independente.
Na sequência
dum protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Abrantes, a pintora Lucília Moita, o escultor
Charters de Azevedo e a Fundação Ernesto Lourenço Estrada, Filhos que se
propuseram ceder os seus espólios e a Fundação a colecção de arqueologia e arte
do seu Presidente, a Câmara Municipal.
A Câmara Municipal de Abrantes
anunciou a construção dum Museu ‘’Ibérico’’ de Arte e Arqueologia, fazendo um
ajuste directo ao arq. Carrilho da Graça, 19-6-2007 ,
ilegal na nossa opinião, no valor de 730.000,00 € (acrescido do IVA),’’. (acta da C.M.A. de 28-12-2007).
A Câmara Municipal
calculou em cerca de 15 milhões de euros a construção do Museu, para os quais
terá de recorrer a fundos europeus. Em preços de 2011 a obra custará mais de
20 milhões de euros!!!!
Em 14 de Junho de 2008, apresentou a Câmara Municipal de Abrantes
o ante-projecto que provocou uma enorme escândalo na cidade porque previa a
destruição de mais de metade do convento e a edificação.
Em
resumo significava a construção de um edifício de forma paralelepipédica, com cerca de trinta
metros de altura, para albergar o futuro Museu Ibérico de Arqueologia e
Arte de Abrantes. O edifício ocupará grande parte da cerca do Convento de S.
Domingos - um das mais importantes e históricos conjuntos arquitectónicos do
burgo - situado num dos pontos mais elevados do monte onde se ergue a cidade de
Abrantes.
O projectado Museu Ibérico de Arqueologia e Arte
de Abrantes terá um enorme impacto visual e romperá o equilíbrio do actual
perfil da cidade;
O
projectado
Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes viola as próprias disposições
legais do Plano de Urbanização da cidade.
O
projectado
Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes foi aprovado já em 2011 não
tendo em conta as exigências em matéria de defesa do património do Igespar.
Tendo em contas a actual situação económica é um autêntico crime
gastar este montante numa obra destas, quando bastava restaurar qualquer
Palacete no centro da Cidade para alojar o Museu.
Um movimento popular com mais de 1100 assinaturas com pessoas de
todos os credos, personalidades de relevância nacional, exigiu numa petição a
modificação do projecto.
A resposta do arq.Carrilho da Graça foi apresentar uma
queixa-crime contra um dos jornalistas que o criticou e no Conselho de
Deontologia da Ordem dos Arquitectos outra queixa contra o Prof. Universitário
Arq. Doutor António Castel-Branco que o criticara. Tal processo foi arquivado.
Algo tem de ser feito para evitar essa barbaridade.
Uni-vos Abrantinos, Uni-vos Portugueses!
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