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Duarte ganha nacionalidade timorense por “altos serviços prestados ao
país” (In i 08-Jun-2011) Duarte Pio Nuno João Henrique Pedro Miguel
Gabriel Rafael de Bragança é o nome completo de um novo cidadão
timorense, por resolução tomada pelo Parlamento Nacional, revelou hoje à
Lusa fonte parlamentar.
Trata-se
do Herdeiro da Coroa Portuguesa, a quem o Parlamento de Timor-Leste
decidiu atribuir a cidadania, numa resolução subscrita por deputados de
todas as bancadas, excepto do Partido de Unidade Nacional (PUN), por
entender que a nacionalidade deveria ser concedida pelo Ministério da
Justiça. A votação registou duas abstenções e nenhum voto contra, sendo
concedida ao Herdeiro do Trono de Portugal a cidadania de Timor-Leste a
título excepcional, “por altos e relevantes serviços prestados a
Timor-Leste e ao seu povo”. “Desde 1975 e nos momentos mais difíceis em
que a luta pela independência não era falada, nem comentada pelos meios
de comunicação internacionais, S.A.R. Dom Duarte de Bragança, foi um dos
maiores activistas em prol da Causa Timorense, advogando desde cedo o
direito à auto-determinação do Povo timorense. Foram inúmeras as
campanhas em que se envolveu, de onde se destacam a campanha “Timor 87
Vamos Ajudar” e em 1992 a campanha que envolveu o navio “Lusitânia
Expresso”, [onde SAR D. Duarte não embarcou a pedido dos senhores Bispos
de Timor que receavam consequências internas mais graves].O “Lusitânia
Expresso”, que transportava um grande grupo de personalidades
timorenses, tinha como missão atracar o navio em Díli, o que não
aconteceu, por ter sido impedido pela marinha de guerra indonésia, mas o
objetivo de alertar o mundo para a causa timorense foi alcançado”,
justifica a resolução parlamentar. Em contactos com o actual Presidente
da República, José Ramos Horta, e com o então administrador apostólico
de Díli, Ximenes Belo, procurou, com o conhecimento do ministro dos
Negócios Estrangeiros da época, Jaime Gama, estabelecer um plano de paz e
convidou Kartika Sukarno, filha do Presidente Sukarno e irmã da depois
Presidente Megawati, a visitar Portugal. Em 1997 Dom Duarte Pio
deslocou-se a Jacarta, onde foi recebido pelo ministro indonésio dos
Negócios Estrangeiros Ali Alatas, e pelo vice-Presidente Jusuf Habibi, a
quem expôs a proposta da realização de um referendo em Timor, recusada
pelo Presidente Suharto. Não lhe tendo sido autorizada a visita a Xanana
Gusmão na prisão, Duarte Pio conseguiu deslocar-se a Timor-Leste, a
convite de Ximenes Belo, onde contactou com elementos da resistência.
Com a ascensão de Jusuf Habibi à Presidência Indonésia e a
democratização do regime, este recuperou a ideia do referendo, que veio a
ser realizado sob os auspícios das Nações Unidas e resultou na
independência de Timor-Leste. A resolução destaca ainda “o papel
fundamental que S.A.R. Dom Duarte de Bragança teve no apoio às
comunidades timorenses que foram acolhidas em Portugal”. Além da
resolução relativa ao representante da Família Real Portuguesa, o
Parlamento Nacional aprovou uma outra resolução que concede a
nacionalidade a um conjunto de religiosos por altos serviços prestados
ao país, entre os quais vários sacerdotes portugueses como os padres
Felgueiras, Martins e João de Deus, que se mantiveram em Timor durante a
ocupação, para onde haviam vindo como missionários, nalguns casos desde
1954.»
Fonte: Lusa/i
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