Os monárquicos (principalmente mas
não só porque a sensatez não é um exclusivo monárquico) consideram
fundamental que os Chefes de Estado sejam imparciais de modo a que
consigam exercer as suas funções convenientemente. Por este motivo não
se surpreendem ao verificar que os monarcas por essa Europa fora não
votam. Como o acto de votar implica necessariamente uma preferência (uma
tomada de posição ao lado de determinado candidato) os monarcas ao não
votarem estão a mostrar a sua independência, contribuindo assim para a
estabilidade dos seus países.
Nas últimas eleições, e como já é hábito
há muitos anos, mais uma vez as televisões esperaram para assistir ao
momento em que os políticos ‘mais importantes’ votavam. Como já foi
referido este é um hábito já antigo, tão antigo que dá para escapar
um pequeno (grande) detalhe: a República permite que os seus Chefes de
Estado votem! No seguimento do que já foi dito isto parece um tanto
incoerente. Será que esta situação não coloca em causa a independência
com que o cargo de Chefe de Estado deve ser exercido?
Mais coerente é D.Duarte de Bragança que,
embora não reine, já por várias vezes afirmou não votar nem nas
Presidenciais (por razões óbvias) nem nas Legislativas por considerar
que o Chefe da Casa Real não deve tomar partido de nenhum partido.
Parece que mesmo 100 anos depois, a República ainda tem muito a aprender com a Monarquia!
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