Não sou Monárquico, nem sei bem se na verdade o sou mesmo, mas aqui e agora sinto-me Monárquico.
De
um modo geral os países da Europa com Monarquias instituídas não têm
tido, nem estão a ter a mesma dose de problemas que têm os países
Republicanos, sendo até os mais bem nivelados sócio e economicamente.
É
evidente que falo de Monarquias modernas, atualizadas, funcionais,
inserida num sistema Democrático Direto e sério, não a uma Monarquia que
nos possa levar a uma ditadura ou a um desequilíbrio social pior ainda,
muito menos a uma Monarquia de ‘fait divers’ e de ‘jet sets’
carnavalescos que a matariam logo à nascença… mais ‘palhaçadas, já
ninguém atura, refiro-me a um regime que represente a nação e o nosso
Povo condignamente, com uma imagem mesmo virada para fortalecer o
nome/marca Portugal considerando as exportações, pensando também no
Turismo direto para eventos reais e indiretos, aliás, não é preciso
inventar nada, tudo é feito por aí fora.
Voltando
ao cerne da questão e que me parece bem mais importante e interessante
que é a comparação, teórico prática, com a República, procurando nos
recentes acontecimentos pontos que se possam realmente colocar em cima
da mesa.
A
Constituição Portuguesa não permite, por qualquer meio legal, aos
portugueses poderem optar por outro regime que não o Republicano, ao
contrário de outros países, nomeadamente as nações Monárquicas, quase
que ‘obrigando’, se houvesse tal movimento e desejo em massa, a um ato
de violência, o que não se põe sequer em causa.
Mas
no caso da possibilidade da realização de um referendo, por exemplo,
estou em crer que a Monarquia teria uma percentagem maior e mais de
votantes que os resultados alcançados, pelo atual Presidente da
República, nas eleições que lhe permitiram este segundo mandato.
Em
Portugal o Presidente da República não consegue uma representação
significativa em resultado aos votos obtidos, principalmente quando se
trata de um segundo mandato, como temos visto desde 1974 até aos nossos
dias, enfraquecendo e limitando o seu poder, assim como a capacidade de
poder garantir o normal funcionamento do país em circunstâncias
adversas, e, não me refiro a nenhum em especial, senão a todos, por
muito que o diga e se esforce um Presidente da República nunca o é de
todos os Portugueses.
Antes
de mais, como político, oriundo ou não da esfera militar, está sempre
comprometido de alguma forma com o sistema político vigente, neste caso,
‘Partidocrático’, onde grassa o tráfico de influências e a corrupção,
produto do poder económico financeiro, assim como de grupos e seitas
mais ou menos secretas.
Mencionei a situação desde 1974, porque antes desse ano o que aqui relato é ainda mais relevante.
De
notar que a República Portuguesa, das que eu conheço, será das únicas,
tem enraizada fortemente uma tradição Monárquica, senão vejamos os
longos períodos de presidência das personalidades que exerceram o cargo,
excepção feita aos conturbados tempos iniciais do regime, antes sem
limite e depois do 25 de Abril, com o limite de dois mandatos, sempre
cumpridos facilmente, para não dizer docilmente, até agora.
Depois
analisemos as funções e verificamos que praticamente poderiam muito bem
ser as de um Rei, mas mais, após deixarem o Palácio de Belém em final
do limite de mandatos, mantêm pela vida fora mordomias e outras ‘…ias’
como se continuassem a exercer, quase, o cargo, gabinete,
secretária/assistente, viatura e motorista… e mais não sei, nem vou
querer já saber.
E
quanto ao resto... 'é fazer as contas...' como dizia o nosso/deles
Engº. António Guterres, mas feitas com os gastos e com as receitas...
ah... pois a Presidência da República não tem, nem gera receitas... mas a
Monarquia além de gastar menos, gera receitas diretas e indiretas.
Para
além de outros motivos, penso que em momentos cruciais durante esta
crise económico financeira, social e política, o Povo Português não se
revoltou na prática, tanto como nas palavras e nas passeatas, também por
receio de que o poder caísse nas ruas e pudesse ir parar a ‘mãos’ menos
certas, piores ainda do que nos é oferecido pelo sistema vigente.
Não
havia a quem entregar o poder, pelas razões já acima mencionadas, o
Povo sentiu-se órfão, esse é o sentimento que não sentiram os chamados
‘acampados’ em Espanha e por isso avançaram e fizeram-se ouvir
resultando numa inversão total no resultado das eleições regionais e nas
últimas medidas tomadas ontem pelo governo espanhol, que também,
obviamente, está a pensar nas sondagens, mas porque lhes tocou fundo o
‘grito’ que o Povo deu.
Mas
Espanha que estava no lugar seguinte da fila para o FMI/EU, foi logo
prevenindo dentro de moldes já diferentes, mais favoráveis ao Povo e em
conjunto com estas últimas medidas as probabilidades são mesmo de que
não venha a ser necessária qualquer intervenção de fora.
No
caso de um Rei, como o que representa logo por nascimento é a nação e o
seu Povo, e, neste caso sim representa mesmo todos os Portugueses,
sendo essa a sua primeira prioridade, jurando cumprir e fazer cumprir a
Constituição, tudo sempre fará para evitar desvios no sistema
Democrático vigente, nunca se chegando a situações tristemente
embaraçosas como a que agora chegámos.
Dir-me-ão
agora e se um Rei não pensar assim? Se quiser tomar todo o poder? Eu
pergunto: e um Presidente da República, não poderá fazer o mesmo?
Claro
que sempre poderão existir exceções, em qualquer regime, mas o
equilíbrio das forças do Poder do aparelho de Estado bem nivelado sempre
defenderá a virtude e no fim está sempre o Povo que é quem deve pôr e
dispor, e, não a classe económico financeira que deve servir para a
função que lhe é adstrita, gerir os dinheiros do estado e o nosso, seja
ele pouco ou muito, tendo por lucro um valor justo, nem um cêntimo a
mais, nem um a menos.
Mas quanto a essas exceções, temos sempre que estar atentos!
Nunca
pensei chegar a estas conclusões, nem me passava pela cabeça, a não ser
pelo lado romântico que nos encanta na Monarquia, mas tenho que ser
coerente com a verdade e com a realidade que me rodeia, esta é uma
opinião pessoal, mas é a minha, hoje, embora o meu objetivo, o meu ideal
seja outro, similar, já mo disseram, mas poderá ter outro nome
qualquer.
A
meu ver a única, mais rápida e melhor forma de termos uma Democracia
Direta e séria é com um regime Monárquico, isto colocando de lado tudo o
que envolva violência e confrontos.
Tenham
coragem os políticos portugueses e permitam através da Constituição a
realização do tal Referendo e verão a vontade que este POVO tem de mudar
e rasgar com tradições falsas que lhes têm querido incutir em benefício
de uma minoria em detrimento da maioria.
Mas é por estas e por outras que aqui e agora, afirmo, sou MONÁRQUICO!
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