... mas não é. A notícia que não foi divulgada nos telejornais da hora do almoço ou do jantar, diz que 1/3 dos deputados
tinha "assento de decisão" nas empresas públicas. Não é novidade, até
porque a evolução do estado da nação indiciava isso mesmo. Tal
observação consiste numa espécie de "lóbismo" frequente noutras paragens
além-Atlântico mas que afinal, desde há muito tempo é praticado em
Portugal, de forma mais discreta, mas não menos turva. Se a este tipo de
"administração empresarial" acrescentarmos as autarquias betoneiras - a
começar pela da capital do país -, os gabinetes de estudos anexos e os
escritórios de advocacia que zelam pelos negócios das ditas empresas
estatais, compreende-se facilmente o que estará em causa.
Urge uma definitiva mudança na
forma de captação de deputados para o Parlamento, mas isso apenas será
possível noutro regime, revisto de alto a baixo e de forma perceptível,
com uma base sólida e imutável. Sim, essa mesmo em que estão a pensar e
que para que todos se apercebam da diferença, também envolverá a
alteração dos símbolos. Após 1910 bem tentaram aplicar o Plano B durante
um século. Falhou estrepitosamente, para ruína nossa e desespero dos
seus próceres. Resta uma reformulação do antigo e comprovadamente mais
eficaz e tranquilizador Plano A.
Nuno Castelo-Branco
Fonte: Estado Sentido
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