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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O PRÍNCIPE "MELANCOLIA"

 
Mais uma vez ao ver um livro com fotos de obras de Malhôa, parei a olhar um que desde garota me impressiona.
 
Hoje, admiro-lhe a técnica, a cor, a precisão dos pormenores. Dantes via um Príncipe de conto de fadas, lindo e com uma história triste. Talvez porque a minha avó contava coisas dele. Dizia ela que não havia menina casadoira que não estivesse apaixonada pelo Príncipe. Algumas traziam o retrato dele num medalhão pendurado ao pescoço.
 
É, nesse tempo, sem artistas de cinema para amar, as meninas tinham grandes paixões platónicas pelo Príncipe.
 
Príncipe Luiz Filipe, Retrato de José Malhoa (1891)
 
Malhôa pintou-o em criança e voltou a pintá-lo já homem. Parece que o Rei Dom Carlos, não terá gostado muito do retrato, pelo ar triste do filho. Chamou-lhe “Príncipe Melancolia”.
 
Nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1887, filho de Dom Carlos e de Dona Amélia, era o Herdeiro do Trono, de Portugal. Teve uma educação esmerada, sendo seu preceptor Mouzinho de Albuquerque. Fez uma viagem às então colónias portuguesas de África, onde, ao que se diz, terá sido recebido com grande entusiasmo. Além de belo e culto, era simpático e aberto. 
 
O Príncipe Real Dom Luís Filipe em visita a Angola, com o Governador-Geral, Henrique de Paiva Couceiro (Luanda 1907).
Voltou para Portugal e pouco tempo depois, deu-se a tragédia do Terreiro do Paço. A 1 de Fevereiro de 1908, aos vinte e um anos incompletos, o Príncipe foi assassinado juntamente com o Pai. Ainda matou um dos assassinos, mas também ele caiu varado pelas balas. Assim tristemente, acabou a história do Príncipe "Melancolia".
 
Será que essa melancolia já era pronuncio do fim tão prematuro? Só ele o saberia.
 
O quadro encontra-se nas Caldas da Rainha, no Museu José Malhôa, num recanto mal iluminado.
 
Mal recebido pelo Rei, retrato fiel do pobre Príncipe, o quadro parece ter a mesma sorte: esquecimento. O mesmo esquecimento que o retratado. Um, morto, esquecido até nos manuais de História. O outro, relegado para um canto, como se fora obra menor do autor.
 
Eu vou continuar a ir vê-lo sempre que voltar às Caldas. Porque desde que o vi a primeira vez, todos os Príncipes de todas as histórias da minha avó, tinham para mim, o rosto e a figura do “Príncipe Melancolia”, Dom Luís Filipe.(...)
 

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