A estagnação do estado de coisas nos
últimos anos, antes o seu agravamento, desencoraja-me na elaboração da minha
súmula anual. Seria, supostamente, uma condensação de felicidade, mas persiste
em não passar, sempre e apenas, de um desacreditado, cansativo e enfadonho voto
de esperança. Creio que isso será sempre: Esperança.
Os Portugueses que, mais uma vez, não
haviam escolhido, seguem de mão dada o "sonho europeu". O projecto
europeu é de tal complexidade, e o seu custo de tal magnitude, que remeteu em
transe as várias áreas de governação. Excepto a financeira. Toda uma Nação
ficou cativa de um défice orçamental. Desprovidos do nosso livre arbítrio,
aguardamos pelo destino que vacila entre o indesejável federalismo e o perigoso
nacionalismo. Entre um e outro, estou certo que há algo de que não devemos
fugir: trabalho e solidariedade.
As directivas europeias (franco-alemãs,
em concreto) parecem-me insuficientes para a gravidade nacional, pois não
compreendem a latitude de toda a idiossincrasia portuguesa. Já não se trata de
reformas, mas de uma profunda Restauração. Interna e desinteressada. Neste
contexto, impõe-se aos portugueses uma ampliação do conceito de Restauração.
Não nos limitemos como sendo apenas política. Frequentemente minimizado, o
conceito de Restauração Monárquica constitui-se global, portanto, política,
económica, ambiental, cultural, moral e anímica.
A História de Portugal ensina-nos que as
soluções para as graves crises foram de natureza interna. Porque o verdadeiro
interesse só pode ser nosso.
Recorramos ao consolo da intemporalidade
e do universalismo dos valores cristãos, tão fortemente radicados na génese da
nossa cultura portuguesa. Eis a fonte da nossa força e da fé que nos projectará
no futuro.
Um Santo Natal em Cristo.
Mário Neves
Causa Real - Real Associação da Beira
Litoral
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