Antes de prosseguir sugere-se a leitura das duas primeiras partes deste artigo (Parte I)
Mesmo assim pode-se colocar a questão: “E
se o novo Rei não corresponder às expectativas/ não for capaz?”. A
resposta é bem simples: haverá meios para forçar uma abdicação.
A este respeito convém lembrar que a
ideia de que em República a população pode mudar (quando quiser) a
Chefia de Estado quando esta não está a preencher as expectativas caiu
por terra numa ainda recente polémica. De facto, ao que parece, a actual
constituição não o permite.
Mas voltando ao tema inicial, há que
reconhecer que uma das principais ‘dúvidas’ (chamemos-lhe assim)
relativamente à monarquia se prende com a seguinte questão: “Não é
anti-democrático um Rei só o ser por pertencer a determinada família?”.
Também não é de difícil responder a esta pergunta. Quando comparando com a República a resposta é claramente não.
A ideia de em República qualquer cidadão poder vir a ser Presidente é
uma mera ilusão. E isto porque se é verdade que em Monarquia se tem de
pertencer a uma determinada família para poder vir a ser Rei, também é
verdade que em República é absolutamente essencial pertencer a uma
família (politica) para poder vir a ser presidente.
Mas então que vantagens tem uma Monarquia?
São muitas as vantagens mas na sequência
do que foi dito anteriormente vão-se destacar apenas algumas. Ao não
haver eleições para a Chefia de Estado, não há uma divisão dos
portugueses. Um Rei é-o verdadeiramente de toda a população. Como não é
eleito e a sua aclamação depende unicamente das regras constitucionais
(de sucessão), um Rei não vê o seu poder (de influência) limitado por
interesses partidários. Desta forma o poder e a representatividade da
Chefia de Estado sai reforçada.
Uma vez que, regra geral, desde que é
aclamado reina pelo resto da sua vida, o Rei é o primeiro interessado na
estabilidade e progresso do seu país, acima de qualquer interesse
particular/pessoal.
A isto ainda se tem de adicionar o facto de um Rei ser devidamente preparado para o ser.
E, em boa verdade, de que nos adianta
votar nas Presidenciais? Que poder de representatividade tem um Chefe de
Estado eleito por menos de 50% do número de votantes (só a abstenção
tem sido na ordem dos 50%)? E aqueles que, por serem menores, ainda não
votam? Estarão também eles representados?
Por vezes é preciso abdicar de pequenas coisas para a concretização de um bem maior.
Os Monárquicos sabem isso e por esse motivo aceitam pacificamente a
importância de um Chefe de Estado apolítico que não se sujeite a
eleições (embora se encontre sempre sujeito à Constituição).
Àqueles que teimosamente não querem
abdicar da eleição (directa) do Chefe de Estado só se pode dizer que as
consequências de tal atitude serão gravíssimas para toda a Nação
Portuguesa. Continuem assim e verão o caos em que esta terra mergulhará.
Fatalista? Antes fosse mas infelizmente para a Lusa Pátria é mais
realista.
Sem comentários:
Enviar um comentário