A Monarquia imprime verticalidade à República, ou seja, dá-lhe um
sentido ascendente, culminando na figura Real – que é exemplo de isenção
e de excelência.
Ora se a Monarquia é um elemento de verticalidade, então é sem dúvida
algo transversal, podendo cada grupo, seja ele político, económico ou
social depreender quais as vantagens para si próprio de um tal sistema
existir em Portugal. Todos os grupos, excepto claro os republicanos
acérrimos, que não quiserem aceitar este sistema, mais por teimosia ou
comodismo do que por falta de compreensão das suas vantagens.
Quanto a mudanças de fundo no funcionamento e organização do País: eu
costumava ser da opinião de que apenas propondo uma mudança drástica é
que o povo reconheceria a Monarquia como alternativa merecedora. No
entanto, parece-me hoje que as mudanças que são necessárias fazer não
podem ser nem instantâneas nem apressadas. Tenho a certeza porém de que
tais alterações não são viáveis no regime actual e que a Monarquia se
apresenta como único ambiente onde tais mudanças podem ter lugar.
Concluindo, a República decai a olhos vistos; a Monarquia não resolve
coisa alguma senão o facto de inverter a tendência – sendo assim um
factor, indirecto, de regeneração de Portugal. Neste momento da vida
nacional, esta inversão de tendência é, a meu ver, aquilo por que temos
de lutar com todo o empenho.
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