Quando se fala que o mais alto magistrado tem medo político de sair à
rua e que um ex-presidente de ministros se auto-enviou para as bordas
de um rio manso, vemos apenas sinais do que se teve e tem nos braços:
uma desgraça que faz medo aos que a conhecem por dentro, só de pensarem
nela e nas pessoas que arrasta com ela. Já não há D. Carlos I que no
auge da contestação se passeie pela Baixa pombalina em carruagem aberta,
correndo risco de vida maior que hoje, por enquanto, em Portugal. Como
se viu. Ou Mário Soares que depois de derrotado enfrente os seus
opositores. No reino idílico em que esta República se passeia, vaidosa
mas nua, o inebriante das lindas ideias sem conteúdo ou sem ligação à
realidade de alguns farsantes sem cartola, tem servido para realizar as
farsas dos que têm cartola. Uns, distraídos com o brilho intenso das
grandes más decisões que tomaram, achando-se fantásticos. Outros, sem
ligar às consequências dos grandes desmandos que fizeram, achando-se
extraordinários. Na cabeça de boa gente mal eleita, ou nem sequer
eleita, pareceu passar a trágica ideia de que se pode tratar as pessoas
como gado ruminante a pastar nas suas verdejantes ideias para o mundo.
Conclusão: estão pobres, vivem na miséria ou passam fome? Não se
queixem, é tudo para ficarem melhor no futuro! Bom, no futuro parece que
vamos estar todos mortos. Não sei, é o que dizem por aí. E que todas as
soluções serão boas e os erros já não se sentem, ou sequer se pagam.
Hoje, para resolver os problemas do país, é melhor ficar em casa ou
emigrar para país amigo? São apenas Sinais dos Tempos em que o que é
importante vai nu. E não é o Rei. Neste Carnaval, basta olhar para nós e
para a Europa que ainda resta.
Francisco Cunha Rêgo
Nunca estive mais de acordo como agora!
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