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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 23 de março de 2012

CARTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA A PROPÓSITO DE PREFÁCIO DE ROTEIROS VI

Caros companheiros:
Para vosso conhecimento segue em anexo a carta que hoje enviei à sinistra figura que ocupa o Palácio de Belém.
Foi pena, quanto a mim, que o mote da Campanha para a Assembleia da República não tenha sido o desmontar as manobras do Cavaco ao não dissolver a Assembleia logo a seguir ao 10 de Junho.
O PPM teria sido ouvido, apesar do pouco tempo disponível, por ter um discurso diferente e por alertar para as consequências da pulhice presidencial,que eram perfeitamente previsíveis. Quis ser reeleito e não olhou a meios para atingir o seu objectivo pessoal.
É altura dos monárquicos se unirem, para que a sua voz se faça ouvir. Temos dado aulas teóricas aos Portugueses, mas chegou a hora da aula prática, com o exemplar vivo e manhoso. É a hora!
Saudações monárquicas do
Luiz Corrêa de Sá 

Luiz António Corrêa de Sá
Rua de António Granjo,143
4300-029 PORTO

Ex.mo Senhor Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

Excelência: 


Li o seu prefácio de “Roteiros VI”, depois de ter ouvido alguns comentários acerca do mesmo, por sinal nada abonatórios, o me leva a fazer alguns considerandos.
Diz V.Exª. que, em 1 de Janeiro de 2010, alertou que se estava a “caminhar para uma situação explosiva” e, em 10 de Junho do mesmo ano, afirmou que “chegamos a uma situação insustentável”. Ouvi-o dizer tudo isto mas não vi, em coerência com o que afirmou, a tomada de posição que a gravidade da situação impunha.
Mais diz V.Exª. ter avisado reiteradamente o País em diversas intervenções e também por intermédio da página da Presidência da República. Acha mesmo que o Pais real vai ouvir os seus discursos ou consultá-los na net? Quem o faz, representa uma ínfima percentagem de eleitores sem significado em termos eleitorais.
Queixa-se V.Exª. da acusação “de que pactuava com uma política de ocultação da verdade, pois era movido por razões de calculismo eleitoralista com vista ao sufrágio de Janeiro de 2011”. Infelizmente para si e para todos nós, a cronologia dos acontecimentos parece dar razão a essas vozes incómodas. Admito, no entanto, que a sua demora em tomar uma atitude se possa ter devido ao facto de se desenrolarem convulsões intestinas no PPD/PSD, as quais, enquanto não estivessem resolvidas poderiam, em eleições entretanto realizadas, dar novamente a vitória ao PM José Sócrates. Só que esta demora foi catastrófica para Portugal.
Claro que no 1º. Mandato estava numa magistratura de colaboração estratégica, de influência, o que não impedia que passasse a activa, magistratura esta em que a intervenção do Presidente “se intensifica em função das necessidades do país, nomeadamente nos momentos de emergência social e económica”.
Então, depois das afirmações de “situação explosiva” e de “situação insustentável”, a situação ainda não era de emergência? Em que é que ficamos? Convém não esquecer que, depois do discurso de 10 de Junho, tinha cerca de três meses para dissolver a Assembleia da República.
Também diz V.Exª. que “…só em circunstâncias excepcionais deve o Presidente proceder à dissolução do Parlamento. Se essa leitura da Constituição é válida em tempos de normalidade, ela ganha relevância acrescida sempre que o País se vê confrontado com uma situação financeira, económica e social que, pela sua inusitada gravidade, reclama ponderação, equilíbrio e sentido de Estado por parte de todos os agentes políticos”.
Onde esse sentido de Estado? Tendo “…a palavra serena, firme e imparcial do Presidente da República (…) sido menosprezada, quando deveria ter merecido uma reflexão séria por parte dos responsáveis políticos” que abriram “…’questões fracturantes’ que tinham como propósito (…) iludir os cidadãos sobre as opções essenciais que o País devia ter tomado no tempo certo”, não se deixou, vangloria-se V.Ex.ª com especial finura, “enredar nessa estratégia, mesmo sabendo que daí poderiam decorrer custos políticos,” o que assumiu “frontalmente em nome da ética da responsabilidade”.
É-me muito penoso acompanhar o raciocínio de V.Ex.ª, talvez pelas altas elucubrações mentais subjacentes ao seu texto . Vejamos: se a palavra de V.Ex.ª foi menosprezada pelos políticos que propositadamente andaram a iludir o Povo, parece que V.Ex.ª , afinal, foi enredado nessa estratégia ao não tomar a atitude que se impunha – dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas. Era tempo. Era o que obrigava uma “ética da responsabilidade”. Se tinha razão – e tinha – se não o ouviam, arrostava com eventuais custos políticos e assumia a responsabilidade da sua decisão. Isto se a palavra ética tem algum sentido.
Depois, mais recorda V.Ex.ª: “Na profunda reflexão que fiz (…) concluí que não se verificava o pressuposto constitucionalmente necessário para demitir o Governo, já que o regular funcionamento das instituições não se encontrava em causa”. O resultado de tão profunda reflexão, baralha qualquer tentativa de compreensão do seu raciocínio. Governantes e decisores políticos que o menosprezavam, que iludiam o Povo e encaminhavam Portugal para a banca-rota, podiam continuar pois as instituições funcionavam?!!!
Uma palavrinha a apelar ao bom senso dos dirigentes do PPD/PSD para se organizarem, reuniões com todos os partidos com assento parlamentar – e porque não os outros, que até têm ideias – reunião do Conselho de Estado, esclarecendo-os devidamente da situação do País, V.Ex.ª que foi Primeiro Ministro e professor de Economia não os conseguia convencer do rumo catastrófico do Governo e das decisões a tomar para suster tal estado de coisas?
E, como me parece óbvio, numa situação tão grave, uma palavra ao Povo, num discurso bem estruturado, de linguagem simples, clara e perceptível, alertando para a situação e justificando a sua decisão, teria sido a postura correcta. De certeza, teria o apoio deste Povo que tão sacrificado vai ser pelos desvarios dos políticos.
Não o fez. Deixou que as instituições continuassem a funcionar regularmente e garantiu, pela sua inércia, a reeleição. Dizem as más línguas e digo eu.
Senhor Presidente, não queira alijar responsabilidades próprias, quer como Presidente da República, quer como Primeiro Ministro. Agricultura, pescas e indústria e o mais que se seguirá por arrastamento, levavam a grandes conversas. Infelizmente só agora a maioria dos Portugueses começa a perceber o buraco em que nos meteu!

Porto, 18 de Março de 2012
Respeitosos formais cumprimentos,
(Luiz Corrêa de Sá)

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