JOSÉ JOAQUIM DA SILVA SOUSA REIS - Estombar, 19/10/1797 - Faro, 02/08/1838
Remexido ou Remechido, como se escrevia no século XIX, nome por que
ficou conhecido José Joaquim da Silva Sousa Reis, foi um célebre
guerrilheiro algarvio, sempre fiel à causa miguelista.
Casou-se em
S. Bartolomeu de Messines. Deve-se, aliás, ao seu casamento, o nome por
que ficou conhecido, já que se rebelou (remexeu) contra o seu tutor que
lhe proibia o casamento. Era um homem de posses, capitão de ordenanças,
além de exercer a função de recebedor do concelho. Servindo D. Miguel, e
lado a lado com o brigadeiro Cabreira, derrotou o famoso Sá da Bandeira
na batalha de Sant’ Ana. Estava-se na época da guerra civil, entre
liberais e miguelistas.
Quando o primeiro duque da Terceira invadiu o Algarve, no decurso da Guerra
Civil portuguesa, o Remexido escondeu-se na serra algarvia, onde,
recorrendo a uma táctica de guerrilha e apoiado por serranos, venceu
sistematicamente as tropas governamentais. Diversos crimes foram
cometidos em seu nome e rapidamente se tornou uma lenda de temor que se
espalhou até ao Alentejo. Contudo, estudos recentes ilibam-no de tais
crimes e acções ignominiosas.
De facto, no final da guerra, em lugar
de lhe concederem o perdão a que, nos termos da Convenção de
Évora-Monte, tinha direito, as novas autoridades liberais queimaram-lhe a
casa, açoitaram-lhe publicamente a mulher com a palmatória, castigo
comum na época atribuído às prostitutas, por não revelar onde ele se
encontrava escondido e, por fim, mataram-lhe um filho de 14 anos.
Revoltado contra tal crueldade, vingou-se como podia e jamais se
entregou, mantendo a sua acção de guerrilha ainda durante vários anos.
Procurava castigar os que os perseguiam, mas perdoava aos soldados que
lhe caíam nas mãos, porque desempenhavam um serviço que eram obrigados a
fazer. Por fim, foi capturado, levado a Conselho de Guerra e fuzilado
em Faro. Julgado por um Conselho pouco simpatizante da "causa
miguelista" e mesmo tendo-lhe a rainha D. Maria II concedido o perdão,
tal ordem não foi cumprida e fuzilaram-no por interesses políticos e
pessoais.
Guilherme Koehler no Facebook
Remexido ou Remechido, como se escrevia no século XIX, nome por que ficou conhecido José Joaquim da Silva Sousa Reis, foi um célebre guerrilheiro algarvio, sempre fiel à causa miguelista.
De facto, no final da guerra, em lugar de lhe concederem o perdão a que, nos termos da Convenção de Évora-Monte, tinha direito, as novas autoridades liberais queimaram-lhe a casa, açoitaram-lhe publicamente a mulher com a palmatória, castigo comum na época atribuído às prostitutas, por não revelar onde ele se encontrava escondido e, por fim, mataram-lhe um filho de 14 anos. Revoltado contra tal crueldade, vingou-se como podia e jamais se entregou, mantendo a sua acção de guerrilha ainda durante vários anos. Procurava castigar os que os perseguiam, mas perdoava aos soldados que lhe caíam nas mãos, porque desempenhavam um serviço que eram obrigados a fazer. Por fim, foi capturado, levado a Conselho de Guerra e fuzilado em Faro. Julgado por um Conselho pouco simpatizante da "causa miguelista" e mesmo tendo-lhe a rainha D. Maria II concedido o perdão, tal ordem não foi cumprida e fuzilaram-no por interesses políticos e pessoais.
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