Vasco Graça Moura, escritor
Fotografia © Nuno Pinto Fernandes - Global
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O escritor Vasco Graça Moura mostrou-se
quinta-feira à noite convicto de que o novo acordo ortográfico da língua
portuguesa será revisto, levando à correcção de "muitas asneiras".
O presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), um dos fervorosos críticos da
nova grafia, salientou que a última posição do Governo, tomada numa reunião
ministerial em Luanda, mostra que há "grandes divergências num conjunto de
normas aplicadas à grafia no espaço da língua portuguesa".
"Acho que pode haver um volte-face porque a própria declaração final dos
ministros vai nesse sentido, de que é preciso fazer ajustamentos, leia-se
revisão", disse o escritor, em Coimbra, à entrada para um encontro da Comunidade
de Leitores da Almedina.
Para o antigo eurodeputado, o actual acordo é "um crime que lesa profundamente
a língua portuguesa, tal como é falada no espaço português e africano, em todo o
espaço onde se fala a língua portuguesa, menos no espaço brasileiro".
O escritor considerou que o novo acordo se deveu a "uma irresponsabilidade de
políticos que não percebem nada do que estão a fazer, já desde os anos 80, em
especial nos anos 90, e depois de gente que não tem mais nada do que fazer, como
os senhores que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa".
"Há que esperar por algum bom senso e que de facto seja promovido aquilo que
é chamado em língua oficial reajustamentos, porque sendo revisto o acordo
significará uma revisão do tratado internacional que o representa e, se for
revisto, certamente há muita asneira que será corrigida", sublinhou.
Jornal Diário de Notícias
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