Sem querer num primeiro
artigo estar a entrar em detalhes técnicos sobre a crise económica que a
Europa e principalmente o nosso país atravessam, a seu tempo teremos a
oportunidade de nos debruçarmos sobres essas questões, vamos antes
debater uma questão que os nossos governantes gostam de sublinhar quando
justificam as medidas de austeridade, a Confiança.
Portugal, quer
queiramos quer não, desde que pediu assistência financeira externa é
visto perante os investidores como um país em que para se confiar é
necessário ter um “prémio extra”, prémio esse que não nos podemos dar ao
luxo de pagar, daí a nossa restrição em termos de emissão de dívida
para suportar a enorme máquina estatal que temos, limitando-nos as
emissões a curto prazo que são apenas medidas de recurso.
É frequente por isso
ouvir os nossos doutos ministros com a tese de que é necessário “apertar
o cinto” justificando as fortes medidas de austeridade impostas com o
“ganhar a confiança dos mercados”. Até os entendo, porque estamos a
ficar numa situação incomportável e urge ir ao mercado primário obter
financiamento para podermos retomar a “normalidade”.
Mas será que a confiança dos investidores é só medida pelas questões económicas e pelas medidas de restritivas aplicadas?
E a confiança da população? Todos sabemos que para um país ou uma
empresa vingarem necessitam de bons exemplos, de lideres, pessoas com
carisma que transpareçam confiança e credibilidade, motivando os demais,
levando a que mesmo em ambientes mais hostis haja vontade de continuar a
lutar por algo, por um ideal e neste caso pelo País.
Esta responsabilidade é
acima de tudo do Presidente da República, que deveria andar junto da
população, a acompanhar os problemas desta, incentivando e motivando ao
mesmo tempo que em conjunto com o governo estudaria soluções para
minimizar as consequências das medidas de austeridade impostas.
Era obrigação do
Presidente da República intervir activamente nas negociações dessas
mesmas medidas com os representantes dos organismos que financiaram a
ajuda externa, defendendo os interesses e salvaguardando os direitos da
população.
Era também obrigação
deste promover activamente o país junto de possíveis parceiros
financiadores e investidores fomentado relações comerciais que
auxiliassem a expansão das empresas exportadoras, criando valor
nacional.
E com isto tudo, para além do já referido iríamos ganhar algo muito importante: Confiança!
Confiança dos mercados
externos que viam um país activo e com vontade de sair do “buraco”,
confiança dos parceiros e investidores que sentiriam um país forte e
coeso que luta por alcançar os objectivos, mas acima de tudo a confiança
do povo que se estaria motivado para ultrapassar as dificuldades com
muito mais garra, assumindo os sacrifícios como uma meta a ultrapassar e
lutando até o conseguir…
Mas…onde está esse líder?
Onde está o nosso Presidente da República?
Provavelmente a contar os “tostões” da sua “parca” reforma e a tentar
conciliá-la com a enormidade de despesas que diz ter, é que a crise
chega a todos, mesmo aos que governam e governaram a republica e que
continuam a ter todas as mordomias que o povo em crise paga…
Era tão diferente se em vez da “Republica das Bananas” vivêssemos no Reino de Portugal…
(continua no próximo artigo)
João Pinto
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