E
O QUE ACONTECEU AO IATE " AMÉLIA"? Responde-nos o grande escritor (e
monárquico ) Carlos Malheiro Dias :" (... ) No meio dos navios de
guerra, decaído do seu esplendor, com os seus pianos e gramofones
emudecidos, ele era desde 5 de Outubro um simples objecto de museu, uma
relíquia histórica, de que a austera e parcimoniosa República não sabia o
que fazer.(... ) A história do Amélia está intimamente ligada à
história do último período da monarquia portuguesa. É um barco
histórico. Mas, segundo parece, tal qualidade não é recomendação
bastante para um iate. Posto em praça, ninguém o quis. Os milionários
americanos e os lords ingleses desdenharam-no. O Amélia morreu. É agora o
aviso 5 de Outubro. Esperemos que ele não tenha de entrar em guerra...
Desmaiaria ao primeiro tiro. Pobre canhonheira republicana, por cujo
convés tantas vezes arrastaram as caudas dos vestidos de baile! ( in "
Em Redor de um Grande Drama ( 1908-1911 ) " ).
Como
se depreende desta citação de Malheiro Dias, a República tentou vender o
iate " Amélia " mas não conseguiu, acabando por transformá-lo em
cruzador " 5 de Outubro " em 1911, e reclassificando-o como aviso " 5 de
Outubro " no ano seguinte. Serviu como navio hidrográfico, também como
no tempo de D.Carlos, até 1937 quando foi abatido ao serviço.
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