Nos tempos que correm, assistirmos aos debates parlamentares consiste
numa espécie de trato de polé cerebral. Há uns trinta anos, ainda por
lá andava gente como Henrique de Barros, o azul e branco Luís
Nunes de Almeida, Vasco da Gama Fernandes, Mário Sottomayor Cardia, o
brilhante tribuno Acácio Barreios e outros por nós injustamente
esquecidos. Hoje em dia o espectáculo é confrangedor, o nível
baixíssimo, sendo o país esmagado pela total ausência do mínimo instinto
do sentido de Estado ou até, das conveniências da mais básica educação.
Ontem o meu irmão deixou um post
no Combustões, onde à guisa de desabafo, mostra a desilusão geral que
grassa entre os mais teimosos partidários do parlamentarismo.
Considerando-nos entre eles, os nossos argumentos vão escasseando, tal é
a constante confirmação sem remédio do descalabro de um sistema
eleitoral caduco que decisivamente mina a confiança popular.
Numa Casa onde apesar das normais e tempestuosas refregas
partidárias, outrora se escutaram as poderosas vozes de Garrett, dos
irmãos Passos, o grande José Estêvão, Ávila, Fontes Pereira de Melo,
Luciano Cordeiro, Dias Ferreira, Oliveira Martins, Hintze Ribeiro,
Luciano de Castro, João Franco e até os republicanos que escancararam as
portas a “isto que temos”, os senhores Elias Garcia e António José de
Almeida, impera hoje uma espécie de ruído semelhante ao sonar. Os alvos
são filhados e o som repercute-se de forma ainda mais estridente, é o
inferno dos decibéis da orquestra de tachos servindo de tan-tan.
Este post
do Combustões dizia o óbvio e como o Miguel explica, a réplica não se
fez esperar. Claro que a catadupa de mensagens “anónimas” que o sitemeter
acusa pertencerem a IP’s da Assembleia da República – uma escola do
bueiro -, não continham qualquer contestação de peso intelectual. Ali
nada havia de legível ou razoável, nem um protesto que ressalvasse a
honra dos que por lá labutam porfiada e desinteressadamente. Não, apenas
se recorreu ao insulto supra-reles, à insinuação mais baixa sem ousar
chamar as coisas pelos devidos nomes, enfim, o costume escarro mastigado
à porta da carvoaria do bairro. Não contentes, decidiram visitar-nos,
deixando um comentório do mesmo jaez e insistindo num erro que lhes foi fatal: a calunia gratuita sem a respectiva coragem do assumir da mesma.
No Estado Sentido não existe aquela censura que habitualmente medra com toda a pujança nos antigos corporativos daquele espectro político habituado ao exclusivismo alvar, ao black-out do outro. Fizemos censura? Sim e neste caso assumimos frontalmente a eliminação do comentório vergonhoso e novamente o faremos sempre que necessário e sem sequer darmos a importância de uma resposta à ralé.
Pois é disso mesmo que se trata: ralé. Se não sabem o que isto quer
dizer, o dicionário informa e por acaso até rima com o “bué” das
novidades nacionais.
“Juiz só, a julgar só, um rei, com ministros responsáveis, a
executar só; um corpo legislativo só, a legislar só; eis a minha
Monarquia, eis o meu governo representativo”.
publicado por Nuno Castelo-Branco
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