Imagem da Guerra Civil - Patuleia - 1846/1847 |
A
imagem do Rei Proscrito nunca se tinha apagado da mente do Povo. Se na
Revolta da Maria da Fonte ela renasce, agora com a Patuleia volta a
renascer. Qual Fénix, mil vezes sufocado, mil vezes renascido, o
Miguelismo é uma emanação profunda do pensar e do sentir do Portugal
autêntico. Dogmático quanto ao discurso, assenta no carisma do Rei, o
que o torna numa ideologia e num mito de tipo sebastianista. O grande
General Álvaro Xavier da Fonseca Coutinho e Póvoas, herói do exército
legitimista, dá a sua adesão à Junta que o promove a Tenente-General
efectivo e comandante militar das Beiras. Também a ela aderem o
Brigadeiro Bernardino Coelho Soares de Almeida, o Barão de Oleiros e o
General MacDonnel que virá a ser morto em combate. Todas as proclamações
dos elementos Realistas têm por denominador comum a defesa da
nacionalidade e o combate à tirania cabralista. Eram os mesmos temores
que uniram Setembristas e Miguelistas na Revolução de 1846, e que agora
se voltavam a repetir. A Rainha e o Governo, agindo premeditadamente
como facção, quiseram encenar um regresso de D. Miguel como pretexto
para justificar a intervenção estrangeira, que advogavam, no país. Em
caso algum a Junta ou os Legitimistas colocaram a hipótese do regresso
do Rei do exílio..."
'Mário Casa Nova Martins'
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