O sistema gera automaticamente partituras e ficheiros áudio (D.R.) |
A Universidade do Minho apresenta nesta sexta-feira uma ferramenta de
trabalho colaborativo na Internet, chamada WikiScore, que permitirá a
voluntários com conhecimentos musicais transcrever partituras,
tornando-as acessíveis tanto sob a forma de notação musical, como em
ficheiros áudio. O objectivo é criar um repositório de música que, por ora, está dispersa em originais de difícil acesso e de leitura complicada.
A
ideia surgiu na disciplina de Informática para a Musicologia, na qual
foram lançados os projectos-piloto que já podem ser consultados, embora
estejam ainda incompletos.
Entre estes, estão uma ópera e uma
cantata do século XVIII, cujas partituras foram digitalizadas pela
Biblioteca Nacional, que disponibiliza imagens que são réplicas do
original – podem ser lidas por humanos treinados, mas dificilmente por
computadores.
Para serem inseridas na WikiScore, estas partituras foram transcritas recorrendo a uma notação que usa letras do alfabeto para as notas musicais.
Depois
de inseridas, o sistema pode gerar automaticamente partituras e
ficheiros áudio, tanto da obra completa, como apenas das partes ou dos
instrumentos escolhidos pelo utilizador. Por exemplo, um praticante de
um determinado instrumento pode optar por gerar um ficheiro áudio de uma
ópera em que são tocados todos os instrumentos menos o seu e usar assim
esse ficheiro quando pratica.
“Não podemos esperar que seja a
tutela ou uma fundação como a Gulbenkian a digitalizar as obras”,
considera um dos responsáveis pelo projecto, José Nuno Oliveira,
professor na área da informática.
O conceito é inspirado na
Wikipedia, mas o acesso é um pouco mais restrito. Contrariamente ao que
acontece na enciclopédia online, é preciso pedir aos responsáveis pelo
site uma conta de utilizador para começar a introduzir e editar
conteúdos. Tirando o processo de inscrição, a WikiScore será
“completamente aberta”, afirma José Nuno Oliveira.
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