Roda na Alemanha: invento medieval com melhoras modernas |
A Alemanha e diversos países europeus apelaram para um sistema medieval
visando salvar a vida de recém-nascidos, acolhendo-os no anonimato.
Trata-se da “Roda dos enjeitados”, ou “Roda da Misericórdia”, ou ainda
“Roda dos Expostos”, criada na cidade francesa de Marselha em 1188,
durante a Idade Média.
Ela foi largamente usada no Brasil, onde ainda ficam algumas, porém fora
de uso. A primeira foi aberta em Salvador em 1734, por determinação
real, com o nome de Roda do Asilo do Santo Nome de Jesus. Seu uso se
estendeu a todas as cidades importantes do Brasil até o século XX.
Embora o método seja criticado, muitas autoridades europeias reconhecem
que todos os anos ele salva as vidas de dezenas de crianças. As críticas
obedecem à antipatia visceral contra tudo o que é medieval, ainda
quando é benéfico.
A Alemanha adoptou o sistema (“Babyklappe” em alemão), visando salvar as vidas dos bebés que morriam de frio abandonados na rua.
Antigamente a Roda funcionava em conventos e hospitais que eram dirigidos por religiosos ou religiosas.
Roda de Misericórdia, Portugal |
De facto, na Idade Média, hospitais, orfanatos e asilos eram mantidos
gratuitamente pela Igreja Católica e por confrarias leigas por Ela
aprovadas.
Esse bom costume perdurou ainda nos séculos posteriores, sendo muito
perseguido e diminuído pelo laicismo de Estado ligado à Revolução
Francesa.
Nos séculos penetrados pela doçura da caridade católica, o tratamento
dado às criancinhas abandonadas deixa envergonhados os sistemas
modernos.
As Rodas eram giratórias, ficavam em locais discretos e a infeliz mãe
não era vista. Religiosas e religiosos cuidavam bem das crianças, como
se estas fossem o próprio Jesus Cristo. Velavam pela sua saúde,
educação, pelo ensino de profissão no caso dos moços e do casamento no
caso das moças.
Hoje estão sendo aplicadas melhorias técnicas como um dispositivo
automático que toca uma campainha e liga o aquecimento indispensável no
frio europeu. Infelizmente, faltam religiosas ou religiosas para atender
a essas crianças que são tratadas por funcionários do Estado.
Entretanto, o Comité das Nações Unidas para os Direitos das Crianças,
que jamais ofereceu algum sistema melhor, voltou-se contra o retorno ao
sistema medieval.
A ONU, que tanto se tem empenhado pelos direitos humanos dos bandidos,
alega que a prática violaria os direitos das crianças ao favorecer um
retrocesso à Idade Média!
Roda dos expostos, Viseu |
Gabriele Stangl, do Hospital Waldfriede, de Berlim, que administra uma
“roda salva vidas” de crianças, reagiu com senso humanitário à absurda objecção da ONU. O costume tem o objectivo de evitar o pior: que mães
desesperadas abandonem os recém-nascidos no frio.
Se os medievais acertaram melhor, bem-vindos sejam suas invenções e seus progressos.
Segundo Steffanie Wolpert, responsável pela “Babyklappe” de Hamburgo, no
ano de 1999, antes do funcionamento da “Roda salva-vidas”, cinco bebés
foram abandonados nas ruas, três dos quais morreram de frio.
A Alemanha é o país que tem mais “Rodas” para receber bebés: 99.
Hungria, Itália, Polónia, República Checa, Eslováquia, Lituânia,
Bélgica, Holanda e Suíça também adoptaram o sistema.
A caridade cristã inspirou realizações na Idade Média para as quais os
homens se voltam hoje à procura de bom senso, humanidade e fé. Os
adversários do Catolicismo e da ordem medieval, obviamente, não gostam
de nada disso.
Estou de acordo com tudo que seja para salvar recém nascidos e por que não, um local onde sejam acarinhados, educados e dando-lhes todos os cuidados que são necessários ao indivíduo que nasce, mesmo não desejado, onde se cumpram na íntegra todos os Direitos das Crianças e mais tarde sejam titulares dos Direitos Universais da Humanidade.
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