O antigo rei do Cambodja, Norodom Sihanouk, morreu na madrugada desta
segunda-feira em Pequim, aos 89 anos, com um ataque cardíaco. Ficará para a
história como o homem que conseguiu que o país permanecesse unido, depois de
décadas de guerra.
Norodom Sihanouk foi uma das mais importantes figuras da política asiática na
segunda metade do século XX (Foto: Tang Chhin Sothy/AFP)
“A sua morte foi uma grande perda para o Cambodja. O rei Sihanouk não pertencia
à sua família, pertencia ao Cambodja e à história”, reagiu o príncipe Sisowath
Thomico, seu assistente pessoal. Morreu pouco depois de ser levado para o
hospital.
O corpo será transportado para a capital cambojana para o funeral, que terá lugar no palácio real. Ao início do dia, o rei Sihamonim, seu filho, que lhe sucedeu em 2004, e o primeiro-ministro Hun Sem viajaram de Phnom Penh para Pequim. Foi aí que Sihanouk passou grande parte dos últimos meses, no tratamento de um cancro. Sofria também de diabetes e hipertensão.
No ano passado, na comemoração dos 20 anos do regresso do exílio, prometera nunca mais abandonar o Cambodja, mas em Janeiro as precárias condições de saúde obrigaram-no a viajar para Pequim. “Esta vida tão longa pesa-me, com um peso insuportável”, escrevera ele em 2009.
O reinado de Sihanouk foi dos mais longos das monarquias asiáticas, apesar dos períodos em que esteve exilado e de ter abdicado do trono em 2004, a favor do filho Sihamonim, antigo bailarino. Foi coroado em 1941 pelo regime de Vichy, nos tempos em que o Cambodja era ainda uma colónia francesa, na crença de que seria facilmente manipulável. Acabaria por se tornar no primeiro rei do Cambodja independente, em 1953.
Casou-se seis vezes, teve 14 filhos. Cinco deles morreram às mãos do regime Khmer Vermelho, de Pol Pot, responsável pela morte de 1,7 milhões de pessoas em quatro anos. O mesmo regime que ele próprio apoiou inicialmente.
Ao longo dos anos foi criticado por isso, pela imprevisibilidade, acusado de autoritarismo e elitismo também. Mas foi ao mesmo tempo uma figura conciliadora num país que atravessou décadas de violência e de guerra.
Apesar de um percurso mais que tumultuoso, o historiador australiano Milton Osborne disse à AFP estar certo de que Sihanouk ficará conhecido como “um grande dirigente” e que “os momentos mais difíceis” serão esquecidos. “Todos os cambojanos são perversos, e isso incluiu-me a mim”, disse um dia Sihanouk.
O corpo será transportado para a capital cambojana para o funeral, que terá lugar no palácio real. Ao início do dia, o rei Sihamonim, seu filho, que lhe sucedeu em 2004, e o primeiro-ministro Hun Sem viajaram de Phnom Penh para Pequim. Foi aí que Sihanouk passou grande parte dos últimos meses, no tratamento de um cancro. Sofria também de diabetes e hipertensão.
No ano passado, na comemoração dos 20 anos do regresso do exílio, prometera nunca mais abandonar o Cambodja, mas em Janeiro as precárias condições de saúde obrigaram-no a viajar para Pequim. “Esta vida tão longa pesa-me, com um peso insuportável”, escrevera ele em 2009.
O reinado de Sihanouk foi dos mais longos das monarquias asiáticas, apesar dos períodos em que esteve exilado e de ter abdicado do trono em 2004, a favor do filho Sihamonim, antigo bailarino. Foi coroado em 1941 pelo regime de Vichy, nos tempos em que o Cambodja era ainda uma colónia francesa, na crença de que seria facilmente manipulável. Acabaria por se tornar no primeiro rei do Cambodja independente, em 1953.
Casou-se seis vezes, teve 14 filhos. Cinco deles morreram às mãos do regime Khmer Vermelho, de Pol Pot, responsável pela morte de 1,7 milhões de pessoas em quatro anos. O mesmo regime que ele próprio apoiou inicialmente.
Ao longo dos anos foi criticado por isso, pela imprevisibilidade, acusado de autoritarismo e elitismo também. Mas foi ao mesmo tempo uma figura conciliadora num país que atravessou décadas de violência e de guerra.
Apesar de um percurso mais que tumultuoso, o historiador australiano Milton Osborne disse à AFP estar certo de que Sihanouk ficará conhecido como “um grande dirigente” e que “os momentos mais difíceis” serão esquecidos. “Todos os cambojanos são perversos, e isso incluiu-me a mim”, disse um dia Sihanouk.
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