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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SOBRE O MEU SENHOR, DOM MIGUEL

'... Mas Dom Miguel não vassilava. Era o seu povo a ser agredido: o Brazil, a Inglaterra, a Espanha, a França, todos contra Portugal. O Povo não estava armado, mesmo sendo fiel a Dom Miguel. Dom Miguel evitou o massacre dos seus: As tropas liberais entram numa capital completamente deserta, estranhamente deserta. Dom Miguel abdicara, porque ali sim, haveria sangue português derramado. Mandou ao cuidado do Imperador do Brazil: as jóias que tinha nos dedos, a coroa e as 4 capas de campanha. Recusou a pensão que lhe foi oferecida. Tudo sob a jura ' que não fizessem mal aos seus '. Dom Miguel quebra esta mesma promessa , já no exílio, mas despojado de tudo, escrevendo a célebre Declaração da Génova. Nunca pretendeu o trono mas verificou que a promessa de não atacarem os « seus portugueses » não fora cumprida. Foi o último grande Rei e a história dar-lhe-á memória, que assim não o esqueçam os portugueses. Os « seus portugueses », que este Valente sempre defendeu. '

José Mattoso.

«CHRONICA

«Faz hoje precisamente setenta e tres annos que El Rei Dom Miguel I, desembarcando em Genova, protestou à face da Europa contra a violencia da Quadrupla Alliança que se impora á vontade nacional, obrigando-o à custa de traições, de subornos, de toda a opposição no campo da diplomacia e da política, a abandonar a corôa de Seus Maiores e a ir pobre, mas rico de sentimentos generosos, a peregrinar por terras extranhas, comendo o pão do exílio, esmolado pelos seus fieis portugueses e por alguns Principes de generosa e reconhecida amizade. A pobreza não prejudicou a dignidade do Augusto Exilado. O seu procedimento foi o mais brioso, podendo servir de exemplo aos homens de hoje para eventualidades semelhantes, ainda que não sejam revestidas de manto da indigencia.

Transcrevemos o notavel documento:

Em consequencia dos acontecimentos que Me obrigaram a sair de Portugal e abandonar temporariamente o exercicio do Meu poder; a honra da Minha Pessoa, o interesse dos meus Vassallos e finalmente todos os motivos de justiça e de decoro exigem que Eu proteste, como por este faço, à face da Europa, a respeito dos sobreditos acontecimentos e contra quaesquer innovações que o governo que ora existe em Lisboa possa ter introduzido, ou para o futuro procurar introduzir contrarias às Leis fundamentaes do Reino.

D’esta exposição pode-se concluir que o Meu assentimento a todas as condições que Me foram impostas pelas forças preponderantes, confiadas nos generaes dos dois governos de presente existentes em Madrid e Lisboa, de accordo com duas grandes Potencias, foi da Minha parte um mero acto provisorio, com as vistas de salvar os Meus Vassallos de Portugal das desgraças que a justa resistencia que poderia ter feito, lhes não teria poupado, havendo sido surprehendido por um inesperado e indesculpavel ataque de uma Potencia amiga e alliada.

Por todos estes motivos tinha Eu firmemente resolvido, apenas tivesse liberdade de o praticar, como cumpria à Minha honra e dever, fazer constar a todas as Potencias da Europa a injustiça da aggressão contra Meus direitos e contra a Minha Pessoa; e protestar e declarar, como por este protesto e declaro, agora que me acho livre de coação, contra a capitulação de 26 de maio passado, que Me foi imposta pelo governo ora existente em Lisboa; auto que fui obrigado a assignar, a fim de evitar maiores desgraças e poupar o sangue de Meus Fieis Vassallos. Em consequencia do que deve considerar se a dita capitulação como nulla e de nenhum valor.

Génova, 20 de Junho de 1834

Dom Miguel


Está bem patente o zelo pela Lei, que sempre respeitou, pela soberania nacional que consubstanciava, pelos interesses d’este povo que d’ahi para o futuro lhe forneceu os meios de subsistência. Não temia a pobreza, abraçava-a certo que cumpria um dever.

Foi para o Exílio espoliado de tudo, tirando se lhe mesmo as roupas do Seu uso.

Não lhe poderam roubar a corôa real do martyrio mais nobre de resignação que o mundo viu, nem essa nobreza de caracter que, entre outras, este documento confirma.

Publicamol-o hoje e bem a proposito.»

(Fonte: A Nação, 20 de Junho de 1907)
 

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