D. Sebastião por Lima de Freitas
D. Sebastião nasceu em Lisboa, a 20 de Janeiro de 1554.Metáfora
da Identidade Nacional, mais do que alcançar o projecto que o fez perder
imprimiu nas gerações de portugueses que se seguiram a ideia de algo
que ficara por fazer, uma ideia maior que ainda hoje nos persegue no
estreito fio que nos separa da Europa e do Atlântico.
De saúde precária, D. Sebastião mostrou desde muito cedo duas grandes
paixões: a guerra e o zelo religioso. Cresceu na convicção de que Deus o
criara para grandes feitos, e, educado entre dois partidos palacianos
de interesses opostos – o de sua avó que pendia para a Espanha, e o do
seu tio-avô o cardeal D. Henrique favorável a uma orientação nacional -,
D. Sebastião, desde a sua maioridade, afastou-se abertamente dum e
doutro, aderindo ao partido dos validos, homens da sua idade, temerários
a exaltados, que estavam sempre prontos a seguir as suas determinações.
“É dentro de nós, em nós e por nosso exforço, que tem de vir,
e virá, D. Sebastião. O Sebastianismo só é infecundo e estiolante
quando o interpreto litteralmente, como a sperança da vinda exterior do
Rei ido, vinda que, sem nosso exforço, milagrosamente nos haja de
salvar.
[…]
Não é de fora, é de dentro que apparecerá D. Sebastião […]”
- Fernando Pessoa, Sebastianismo e Quinto Império, pp.74-75.
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