A grandiosa empresa dos Descobrimentos envolveu muitas e variadas
gentes, desde os nobres aos mais simples soldados, marinheiros e
comerciantes. Que não se pense que é só aos nobres que se devem as
glórias dos Descobrimentos. Sem o povo nada teriam feito, e ontem como
hoje, nenhum Reino subsistirá sem a vontade e o querer das populações.
As míticas riquezas do Oriente a todos seduziam, e com elas, a miragem
do enriquecimento fácil. Parafraseando D. João de Castro, muitos
portugueses foram para a Índia não para servir o Império, mas só para
fazer comércio e enriquecer. Por lá havia minas de ouro, pedras
preciosas, tecidos finos, madeiras raras e as tão apreciadas
especiarias, como a pimenta, canela, cravo,e noz moscada. Durante
décadas fomos a inveja do resto do mundo. A já parola ostentação de
riqueza era visível no País, sobretudo nas ruas de Lisboa, nos trajes,
adereços, e nos novos hábitos adquiridos. A riqueza da Lisboa de 1500,
fez da capital do Império um vasto campo de vícios, e já os poetas do
Cancioneiro denunciavam a decadência dos costumes, comparando Lisboa a
Roma, e a Índia à Babilónia. As novas riquezas desencadearam novos
hábitos, mudaram as tradicionais necessidades, e trouxeram profundas
mudanças sociais.
A Nau Flor de La Mar era um navio de 400 toneladas e um dos mais avançados na época, construído em Lisboa em 1502. Seguiu nesse mesmo ano para a Índia, sob o comando de Estêvão da Gama, irmão de Vasco da Gama, e voltou a fazer a mesma viagem em 1505, comandada pelo galego João da Nova. Participou em vários episódios bélicos importantes, mas a sua fama deve-se às circunstâncias do seu naufrágio. Em 1511, Afonso de Albuquerque, (o tal do "olha que vem aí o Albuquerque"), devido à grande capacidade da Nau, usou-a para transportar o valioso espólio tomado na conquista de Malaca, e também presentes do Reino de Sião, para o Rei de Portugal. Mas na noite de 20 de Novembro de 1511, no estreito de Malaca, caiu uma forte tempestade sobre o navio, que se afundou, escapando Afonso de Albuquerque por pouco, numa jangada improvisada. A Flor de La Mar levou consigo para as profundezas tudo o que transportava: 200 cofres de pedras preciosas, diamantes "como punhos", e muitas outras preciosidades. Dizem tratar-se do mais rico navio alguma vez naufragado.
Lopo Maria Albuquerque
A Nau Flor de La Mar era um navio de 400 toneladas e um dos mais avançados na época, construído em Lisboa em 1502. Seguiu nesse mesmo ano para a Índia, sob o comando de Estêvão da Gama, irmão de Vasco da Gama, e voltou a fazer a mesma viagem em 1505, comandada pelo galego João da Nova. Participou em vários episódios bélicos importantes, mas a sua fama deve-se às circunstâncias do seu naufrágio. Em 1511, Afonso de Albuquerque, (o tal do "olha que vem aí o Albuquerque"), devido à grande capacidade da Nau, usou-a para transportar o valioso espólio tomado na conquista de Malaca, e também presentes do Reino de Sião, para o Rei de Portugal. Mas na noite de 20 de Novembro de 1511, no estreito de Malaca, caiu uma forte tempestade sobre o navio, que se afundou, escapando Afonso de Albuquerque por pouco, numa jangada improvisada. A Flor de La Mar levou consigo para as profundezas tudo o que transportava: 200 cofres de pedras preciosas, diamantes "como punhos", e muitas outras preciosidades. Dizem tratar-se do mais rico navio alguma vez naufragado.
Lopo Maria Albuquerque
Sem comentários:
Enviar um comentário