José Saramago, 2º Nobel da literatura portuguesa |
“A haver uma entrada em qualquer Enciclopédia para o
termo Anti-Portugal, seria certamente o “República”, em masculino, pois
trata-se de um abutre que consome cadáveres e futuros”
Para o título deste post tive de recorrer a uma expressão do Brasil
“o monarquismo” que se depreende como a práctica de ser monárquico num
tempo verbal que por cá não temos: o “ir andando”.
Pois que “ir andando”…”como Deus quer” é uma frase que todo o
português usa para justificar a sua inércia em prol do “ir andando”
activamente em busca de uma Demanda (objectivo superior) como andavam os
portugueses de quinhentos…que eram certamente mais pobres do que os de
hoje.
O pessimismo nacional tem servido para tudo sem que os seus
beneficiários (passivos e activos) tenham medido (ou sequer ponderado )
as consequências nas gerações futuras.Basta atentar para o Nobel
português , Saramago, que versa em toda a sua literatura uma certa
tendência para a miséria humana, para muitos a tendência natural do
povo…essa massa disforme desprovida de pensamento que espoliada por
poucos procura a salvação:
“Este país preocupa-me, este país dói-me. E aflige-me a apatia,
aflige-me a indiferença, aflige-me o egoísmo profundo em que esta
sociedade vive. De vez em quando, como somos um povo de fogos de palha,
ardemos muito, mas queimamos depressa.”
“Mas a realidade é esta: não temos um projecto de país. Vivemos ao deus-dará,
conforme o lado de que o vento sopra. As pessoas já não pensam só no
dia-a-dia, pensam no minuto a minuto. Estamos endividados até às orelhas
e fazemos uma falsa vida de prosperidade. Aparência, aparência,
aparência – e nada por trás. Onde estão as ideias? Onde está uma ideia
de futuro para Portugal? Como vamos viver quando se acabarem os
dinheiros da Europa? Os governos todos navegam à vista da costa e parece
que ninguém quer pensar nisto, ninguém ousa ir mais além.”José Saramago
Saramago afirma (com uma vasta legião de ecos) que Portugal não tem futuro. Mas isso é falso.
Portugal tem futuro a partir do momento que abandonar o preconceito
do eterno miserável que eternamente espoliado morre sem futuro
Éis o futuro:
Monarquia é o Portugal optimista que dura, perdura e resiste a
todos os pessimistas e profetas da desgraça, que por muito que vendam e
prestigio alcancem jamais alcançaram o tempo, o prestigio e aquilo que
significa para todos gritar “Viva o Rei” na presença dos maiores
desafios.
Portugal republicano, essa degeneração que agora é apelidada
de “Republica Portuguesa” nunca conheceu um rasgo de luz, nunca alcançou
aquele golpe de génio que fica gravado na consciência do colectivo, que
o identifica com uma ideia mais elevada do que a mera sobrevivência.República é ao fim de um século sinónimo de anarquia,
miséria, desperdício e voragem .
A haver uma entrada em qualquer Enciclopédia para o termo
Anti-Portugal, seria certamente o “República”, em masculino, pois
trata-se de um abutre que consome cadáveres e futuros.
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