"Pouco depois do 5 de Outubro, António José de Almeida (líder dos
republicanos moderados) perguntou, melodramaticamente, se 300 000
republicanos chegavam para manter em respeito 5 milhões de portugueses. A
pergunta era boa. Sobretudo porque, na melhor das hipóteses, os
republicanos não passavam de 100 000."
O excerto acima, escrito por Vasco
Pulido Valente, põe em evidência a minoria republicana em 1910. O actual
regime não foi proclamado, foi imposto. Imposto pela prepotência dos
"iluminados" da carbonária, ajudados pela apatia das forças monárquicas
daquela época. A verdade é que a república Portuguesa não emanou da
sociedade, e, como tal, nasceu ilegítima. Para ilustrar melhor o
ridículo da dita "revolução", proponho outra citação, desta vez do
antropólogo inglês Martin Page, autor de uma obra admirável sobre a
História Portuguesa: "Nessa altura, um grupo de homens de negócios
alemães tinha acabado de chegar à estação ferroviária do Rossio, em
visita oficial. (...) O chefe da delegação empresarial alemã amarrou um
lenço branco ao guarda-chuva e atravessou as ruas à frente do grupo. Os
republicanos, pensando que ele era uma entidade oficial, proclamaram a
rendição do regime."
Poderão argumentar: apesar da
característica anti-social do seu nascimento, a república teve a
capacidade de sobreviver até aos dias de hoje, ganhando a aceitação
social, e, consequentemente, a sua legitimidade. Surgem então as
perguntas: Quantos Portugueses se dizem republicanos, por convicção e
não por conveniência ou preguiça de pensar sobre o assunto? Quantas
vezes é que a opção de regresso à monarquia foi dada à sociedade
portuguesa? Pois é, ninguém em Portugal escolheu a república! Ninguém
quis a república e ninguém sequer sabe o que é a república! Em 1910, o
número de republicanos era insignificante, assim como o é hoje.
O regime levantado, no século
passado, sobre o acto criminoso do regicídio, caracterizou-se, desde o
princípio, pela apropriação do aparelho de estado por parte de selectos
grupos. Primeiro, foi a ala radical do PRP (Partido Republicano
Português), liderada por Afonso Costa e depois foi Salazar, com os seus
protegidos. Hoje em dia, a cena política é dominada por partidos
corruptos, sob a supervisão de um presidente vindo desses mesmos
partidos. O exercício da política em Portugal está corrompido pelo
individualismo exacerbado de quem vê a carreira pública como uma simples
escada para o enriquecimento pessoal. Nos últimos 100 anos, desapareceu
o sentimento patriótico colectivo, o que tem tido consequências
devastadoras. Não podemos tolerar mais hipocrisia no parlamento.
Precisamos do nosso Rei, para que possamos ter um exemplo de patriotismo
que nos permita remar todos para o mesmo lado: o do sucesso nacional.
Portugal foi fundado pela coragem
dos primeiros reis e a nossa sociedade foi construída à volta deles. A
imposição da república eliminou essa importante base social. O regresso
da monarquia, que se confunde com o próprio país, é essencial para que os
Portugueses voltem a ter um Chefe de Estado e um regime nos quais
acreditam e confiam. Viva o Rei, o líder legítimo da nação Portuguesa!
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