"Concordo com o Carlos Novais:
Duarte de Bragança tem vindo, com o tempo, a revelar qualidades
pessoais crescentes, que seriam insuspeitas há uns ano e que fazem dele
um homem capaz de representar um país com elevação e sem dificuldade
para si, nem desprestígio para os representados. Seria um bom rei, em
suma. E eu,
que nos últimos anos tenho vindo a descobrir os encantos da monarquia
constitucional, ao ponto de hoje a considerar, de longe, a forma de
estado mais compatível com o parlamentarismo e com a democracia liberal,
não me desagradaria que Duarte de Bragança e a sua família
desempenhassem, entre nós, esse papel."
Nuno Castelo-Branco
Fonte: Estado Sentido
A força de um símbolo
Rui A., Símbolo:
«Concordo com o Carlos Novais:
Duarte de Bragança tem vindo, com o tempo, a revelar qualidades
pessoais crescentes, que seriam insuspeitas há uns ano e que fazem dele
um homem capaz de representar um país com elevação e sem dificuldade
para si, nem desprestígio para os representados. Seria um bom rei, em
suma. E eu, que nos últimos anos tenho vindo a descobrir os encantos da
monarquia constitucional, ao ponto de hoje a considerar, de longe, a
forma de estado mais compatível com o parlamentarismo e com a democracia
liberal, não me desagradaria que Duarte de Bragança e a sua família
desempenhassem, entre nós, esse papel. Acontece, porém, que o grande
mérito da figura do rei, como chefe de estado constitucional, é que ele
não tem que dizer nada, não deve dizer nada, não pode ter uma ideia
sobre a política do país. Esse é, de resto, o segredo do seu poder: ser
um símbolo vivo da comunidade. Como tal, ele tem de respeitar a
pluralidade de opiniões e de sensibilidades, e, para tanto, só não
manifestando as suas é que consegue manter-se equidistante e respeitado
de e por todos. Também a questão da legitimidade não sufragada pelo voto
democrático fica assim resolvida: os símbolos são; não se elegem nem
são sufragados. E, por ser um símbolo e não um agente político activo, o
rei consegue, na monarquia constitucional, granjear o respeito e a
consideração de quase toda a sociedade. Mas, para tanto, tem que estar
politicamente calado e não fazer pronunciamentos ou comentários
políticos.
A força de um símbolo pode ser grande e poderosa. Então, se ele for um símbolo vivo e se, para além de desempenhar o elevado cargo que a Constituição lhe atribui, for um símbolo e um exemplo de vida para as pessoas comuns, terá muito mais força e muito mais poder do que qualquer chefe de estado republicano dotado de poderes de intervenção política. Será certamente muito mais constrangedor, perante o próprio, o país e os cidadãos eleitores, um primeiro-ministro ter de justificar a falência de um país, ou as suas promessas eleitorais desrespeitadas, a alguém que simboliza o país e a quem necessariamente deve respeito, até por nunca terem, nem nunca puderem vir a ter, qualquer disputa política, do que perante alguém que ele considera seu adversário, a quem só deve contas por escassa meia dúzia de milhares de votos em relação ao candidato derrotado.»
publicado por Samuel de Paiva Pires em Real Associação de Lisboa
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