A ESPADA E A HONRA

" A morte já pôs termo aos serviços, aos sofrimentos e sacrifícios de Henrique de Paiva Couceiro; mas para se cumprir o dever de revelar com exaltação a gloriosa vida em que os prestou e suportou, terão de correr anos, até soar a hora própria da triunfal justiça, que Portugal inteiro lhe ficou devendo.
 

Irmão dos maiores heróis no fervor do ideal, extremado exemplo de soldado no combate, mestre de cidadãos no amor da Pátria, esse ardente paladino, cuja espada herdara os fulgores dos montantes quinhentistas, devotamente professava o culto da honra, mas nunca soube ambicionar honrarias.
 

Ao Rei e ao Reino de muito novo fez doação das suas forças de alma e sangue do coração.
 

Dos prémios que dignamente mereceu foram-lhe um dia arrebatados os respectivos títulos na praça pública por impulso sectário que nunca mais se remediou; e só se não extinguiram tais pergaminhos de nobreza própria porque ninguém pode rasgar as páginas da História.
 

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Quando puder ser escrita a crónica da sua vida de lutador, haverá muitas rectificações a notar, e alguns remorsos a penitenciar ( ... ) "
 

Hipólito Raposo, Março de 1944

Cristina Ribeiro