Internacionalmente os momentos mais
marcantes da semana que passou foram, sem dúvida, a abdicação da Rainha
Beatriz e entronização do novo Rei dos Países Baixos. Inexplicavelmente,
em Portugal, não tiveram o destaque que mereciam. Isto considerando que
aquando do casamento (ainda há pouco tempo) do Príncipe William do
Reino Unido todas as televisões correram a transmitir exactamente o
mesmo e à mesma hora e fazendo “especiais informativos” que, na maioria
das vezes, eram vazios de conteúdo útil e chegavam até, em determinadas
alturas, a roçar o ridículo. Sob do ponto de vista político parece claro
que a entronização de um novo Monarca é bem mais importante que o
casamento de um Príncipe que nem é o primeiro na linha de sucessão.
Tudo se torna mais incompreensível ainda se considerarmos a importância dos Países Baixos nesta Europa em que nos encontramos.
A comunicação social nacional não deixou,
contudo, de cometer as “gafes” a que nos vem vindo a habituar. Em se
tratando do assunto Monarquia, e contrariamente ao que seria a sua a sua
obrigação, toma partido, desinforma, confunde, omite e manipula a
verdade.
Mas felizmente no Mundo de hoje a
informação não tem barreiras e a “comunicação social oficial” não é mais
detentora exclusiva da informação.
Mais uma vez podia ter existido um maior
profissionalismo, uma maior imparcialidade e competência. A comunicação
social tem de ter mais cuidado com aquilo que apresenta pois se não
fizer o seu trabalho bem correrá o risco de ser desmentida em praça
pública, o que em nada valoriza a sua imagem.
Um destes exemplos está brilhantemente exposto aqui.
Mas quem teve a oportunidade de ver as
cerimónias (valha-nos a Euronews) pôde verificar o claro apoio da
população à sua Família Real. Teve ainda a oportunidade de verificar a
solenidade das cerimónias que traduziam o escrupuloso cumprimento não só
da tradição mas das leis, nomeadamente da Lei Fundamental – a
Constituição. De facto, o profundo respeito que as Instituições de
Soberania e o povo dos Países Baixos mostraram ter pela sua Constituição
é absolutamente notável.
E não é de admirar esse respeito
atendendo à íntima ligação que a Casa Real Holandesa tem com o Povo
Holandês e ao facto de as leis servirem para proteger a população.
Por cá, no entanto, a história é bem diferente e a Constituição não parece ter tanto valor.
Era bom que a comunicação social nacional tivesse destacado estas diferenças entre Portugal e os Países Baixos.
Era bom que em Portugal também se soubesse respeitar, como nos Países Baixos, a Constituição.
Era bom que Portugal, à semelhança da
Holanda e de tantos outros Países Europeus altamente desenvolvidos,
também tivesse uma Monarquia que unisse a População.
Rei já temos, só falta fazer a entronização.
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