Mudou a hora, mas o que realmente importa é que mude o regime!
O País precisa de uma mudança profunda nas instituições que supostamente
representam os cidadãos: não servem o País figuras que apenas
discursam, mas não fazem a diferença; não-emotivos de papel secundário,
que mostrem falsas indignações, e que por isso apenas ficam na galeria
dos portugueses justamente esquecidos!
O republicanismo português reclama sempre uma complacência para as suas
ideias que não possui quando ataca com radicalismo os que pensam de
maneira diferente. Encapotando a história, é que foi enganando os
portugueses com as suas falsas filantropias e generosidades, e
instalando os seus filhos e saqueando o País, livre e impunemente.
Nem a irmandade maçónica, nem os seus primos “carbonários”, nem nenhum
dos seus compadres se podem reclamar os defensores dos mais pobres, que
aliás desprezam intelectualmente. Lembravam Eça de Queiroz e Ramalho
Ortigão nas intemporais “Farpas”: “O Povo às vezes tem-se revoltado por
conta alheia. Por conta própria – nunca; nem mesmo lho consentiriam
aqueles que o têm revoltado por interesse seu.”
Sem luz ao fundo do túnel, na partidocracia nada de novo: “…um dos
chefes da oposição, fez no seu relatório uma exposição sombria sobre a
administração do País. Aí confessa: que não há boa fé política, nem
dignidade política; que não há partidos com ideias, mas fracções com
invejas; que o País está caótico, desorganizado, entregue ao abandono,
que cada reforma cai sucessivamente com cada governo; que as leis são um
aparato de eloquência parlamentar e não uma eficácia de organização
civil, etc. Numa palavra característica – que o País está na última
decadência administrativa.
Registemos esta preciosa declaração do chefe da oposição, guardamo-la como uma jóia, – em algodão.
Na reforma da administração, o Sr. …, ministro…, termina com uma frase
em que expõe que a administração, como está, é uma confusão vergonhosa,
uma desorientação territorial, um abandono mortal.
Numa palavra definitiva – que o País está na última decadência administrativa.
Registamos esta confissão sincera do Sr. Ministro…: guardamo-la como um bicho precioso, – em espírito de vinho.
Resultado: o ministro e o chefe da oposição – declaram oficialmente – o
país num estado deplorável de administração, – segundo confessa o
governo e segundo confessa a oposição.
E que ficamos nesse estado!
A confrontação destas duas opiniões diz tanto, fala tanto, convence
tanto – que levamos os nossos comentários para longe, discretamente, e
deixamos as duas Senhoras Opiniões notáveis, só contigo, ó leitor
contribuinte, para que lhes dês o braço…”, mais uma vez clarificavam o
seu presente e o nosso, os mesmos dois vultos das Letras portuguesas na
sua inolvidável obra “As Farpas”.
De facto, volvido mais de um século, continua o concurso de ideias tão
avalizadas, que nem de longe se aproximam do desvendar da fórmula de
salvação nacional da Nação de Navegadores – mergulhada em tal caos que
quase se afunda.
Um País virado para o Atlântico foi integrado numa União Europeia, que
podia ter avisado que a condição para ver as vontades nacionais
atendidas por sua parte era não ser Estado de pleno direito da agregação
comunitária. É evidente que sentiríamos falta das auto-estradas vazias –
trilho tão apreciado pelo gado escapadiço -, dos Ferraris amarelos e,
sobretudo, dos políticos que conseguiram, qual self-made-man, subir os
degraus da abastança em tão curto espaço de tempo.
Está na hora do País acordar da letargia que dura há 103 anos e exigir
um referendo que possa levar a uma mudança, essa sim positiva!
E se está na Hora da Mudança, está na HORA DA MONARQUIA!
Sem comentários:
Enviar um comentário