O antigo mercado das quintas-feiras na Vila do Touro
No tempo da
Monarquia, as semanas de trabalho eram cortadas pelo meio com a
concessão de um dia votado a uma semiparalização das actividades
agrícolas. Era à quinta-feira.
As administrações autárquicas aproveitavam-no para a realização de mercados.
No território actualmente sob a jurisdição da Câmara do Sabugal nas quatro quintas-feiras, que cada mês normalmente conta, era o seguinte o calendário:
Na primeira, o Sabugal, porque tradicional cabeça de município, dia aproveitado não apenas para a veniaga, mas também para tratar de assuntos correntes nas várias administrações e em diversos serviços.
Na segunda, o lugar eleito era Alfaiates, sede de município até às reformas de Mouzinho e seus asseclas, localidade situada na segunda linha de fronteira, por isso convidativo para castelhanos e centro duma região pecuniariamente muito rica e grande produtora de feijão, produto tradicionalmente vendido em feira, para cuja aquisição se deslocavam os grandes armazenistas.
Na terceira semana, o local escolhido era Vila do Touro, também antiga sede de concelho, com uma área de influência que se estendia a terras já da jurisdição guardense.
O ciclo encerrava-se em Pousafoles, de seu nome completo a Pousafoles do Bispo, povoação que se situa também na extrema do concelho e que foi importante pelo fabrico de chapéus, outrora artigo de grande voga.
Os moradores da área nordeste frequentavam um outro mercado – o da Miusela, que também recaía numa quinta-feira.
De meio descanso era também o último dia do mês, igualmente aproveitado para mercado.
Exemplo típico é no nosso concelho, o do mercado da Bismula, já mais do que bicentenário. Generalista, ganhou fama pelas exposições de vacas, cabras, ovelhas e bois de reprodução. O burgo também possuía a melhor caudelaria da região, com um burro de enorme corpulência que era chegado a éguas de meio concelho e até de terras de Almeida e Espanha pela qualidade das mulas que gerava.
Então nos dias de mercado as éguas eram um corrupio.
«O Concelho», história e etnografia das terras sabugalenses, por Manuel Leal Freire
No território actualmente sob a jurisdição da Câmara do Sabugal nas quatro quintas-feiras, que cada mês normalmente conta, era o seguinte o calendário:
Na primeira, o Sabugal, porque tradicional cabeça de município, dia aproveitado não apenas para a veniaga, mas também para tratar de assuntos correntes nas várias administrações e em diversos serviços.
Na segunda, o lugar eleito era Alfaiates, sede de município até às reformas de Mouzinho e seus asseclas, localidade situada na segunda linha de fronteira, por isso convidativo para castelhanos e centro duma região pecuniariamente muito rica e grande produtora de feijão, produto tradicionalmente vendido em feira, para cuja aquisição se deslocavam os grandes armazenistas.
Na terceira semana, o local escolhido era Vila do Touro, também antiga sede de concelho, com uma área de influência que se estendia a terras já da jurisdição guardense.
O ciclo encerrava-se em Pousafoles, de seu nome completo a Pousafoles do Bispo, povoação que se situa também na extrema do concelho e que foi importante pelo fabrico de chapéus, outrora artigo de grande voga.
Os moradores da área nordeste frequentavam um outro mercado – o da Miusela, que também recaía numa quinta-feira.
De meio descanso era também o último dia do mês, igualmente aproveitado para mercado.
Exemplo típico é no nosso concelho, o do mercado da Bismula, já mais do que bicentenário. Generalista, ganhou fama pelas exposições de vacas, cabras, ovelhas e bois de reprodução. O burgo também possuía a melhor caudelaria da região, com um burro de enorme corpulência que era chegado a éguas de meio concelho e até de terras de Almeida e Espanha pela qualidade das mulas que gerava.
Então nos dias de mercado as éguas eram um corrupio.
«O Concelho», história e etnografia das terras sabugalenses, por Manuel Leal Freire
Sem comentários:
Enviar um comentário