“Senhora resoluta e briosa, teve conhecimento de todos os preparativos
da revolução de 1 de Dezembro de 1640, e aconselhou a seus filhos que a
ela aderissem e partilhassem os perigos de seus irmãos em fidalguia e em
nacionalidade. Na madrugada de 1 de Dezembro, mostrando realmente uma
resolução mais que humana, cingiu ela própria as armas aos seus 2
filhos, e mandou-os combater pela pátria, dizendo-lhes que não voltassem
senão honrados com os louros da vitória.”
Esta heróica senhora, cujo nome ficou célebre na
história do país, n. em Lisboa onde também fal. em 1 de Abril de
1651. Era filha de D. Jerónimo Coutinho, que foi nomeado vice-rei
da Índia, mas não aceitou a nomeação.
Casou com o 5.º conde de Atouguia, D. Luís
de Ataíde, que morreu, deixando-a com 2 filhos: D. Jerónimo de Ataíde
e D. Francisco Coutinho. Senhora resoluta e briosa, teve
conhecimento de todos os preparativos da revolução de 1 de
Dezembro de 1640, e aconselhou a seus filhos que a ela aderissem e
partilhassem os perigos de seus irmãos em fidalguia e em
nacionalidade. Na madrugada de 1 de Dezembro, mostrando realmente
uma resolução mais que humana, cingiu ela própria as armas aos
seus 2 filhos, e mandou-os combater pela pátria, dizendo-lhes que não
voltassem senão honrados com os louros da vitória. Não foi ela só
que procedeu assim nessa madrugada célebre. O mesmo fez D. Mariana
de Lencastre. Não se sabe, porém, o motivo porque mais se gravou
no espírito popular o nome de D. Filipa de Vilhena. Talvez por seu
filho primogénito, conde de Atouguia, que não era uma criança
como a tradição, corroborada pela peça de Garrett o faz
acreditar, mas sim um homem feito; que pouco tempo depois foi
nomeado governador de Peniche e alcançou daí a anos a nomeação
de vice-rei do Brasil, ter conquistado uma certa celebridade
conquistada pelo seu próprio merecimento. O drama de Garrett,
intitulado D. Filippa de Vilhena, ainda mais contribuiu para
idealizar esta figura feminina, que ficou sendo como um símbolo enérgico
do patriotismo.
D. Filipa de Vilhena foi chamada ao paço pela nova
rainha de Portugal D. Luísa de Gusmão, e recebeu o cargo de
camareira-mor e de aia do príncipe D. Afonso, mais tarde el-rei D.
Afonso VI.
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