O linguista brasileiro Ernani Pimentel apresentou em Portugal um projecto para simplificar o idioma português, que conta com uma página na internet, na qual estudantes e professores podem fazer sugestões.
A página Simplificando a Ortografia visa estabelecer o "diálogo" sobre o tema e de "abrir um ponto de debate para que representantes de todos os países de língua portuguesa possam emitir sua opinião", explicou Ernani Pimentel à Lusa.
O linguista, que é presidente do
Centro de Estudos Linguísticos da Academia de Letras de Brasília, liderou o
movimento "Acordar melhor", que resultou num livro em 2008, com
críticas ao Novo Acordo Ortográfico, e conseguiu 23 mil assinaturas contra as
novas regras.
O abaixo-assinado foi enviado à
Comissão de Educação do Senado brasileiro e resultou no adiamento da
obrigatoriedade do novo acordo no Brasil de Janeiro de 2013 para o mesmo mês de
2016.
"Agora partimos para o
plano internacional, com o 'Simplificando a Ortografia'. Não nos interessa
jogar pedras, mas buscar medidas conciliatórias e evolutivas. A nossa intenção
é adequar o acordo antes que ele seja obrigatório", afirmou.
A reunião conjunta de sugestões
ocorrerá até o fim do primeiro semestre de 2014, para que o documento possa ser
apresentado em Setembro do mesmo ano, quando terá lugar um simpósio
linguístico-ortográfico da língua portuguesa, em Brasília.
O linguista chegará a Portugal
no dia 15, e fará uma conferência na Assembleia da República. Ernani Pimentel
afirmou que estará disponível para conversar também em universidades, academias
de letras e escolas de segundo grau. Entre os dias 25 e 28 de Novembro, também
estará no país o professor brasileiro Pasquale Cipro Neto.
Pimentel critica alguns pontos
do Novo Acordo, como o uso hífen. Segundo o linguista, não existe qualquer
lógica nas opções. Exemplo disso é o caso de super-humano ser grafado com
hífen, e desumano não.
"Hoje o aluno não acredita
somente na palavra do professor, mas quer que ele o ajude a pensar e a
entender. Precisa haver lógica", disse.
O linguista também se diz
contrário à queda do acento diferencial (como em pode e pôde), e às actuais
regras de uso do j e do g.
"A simplificação irá
melhorar a compreensão geral da língua, tanto para entender um texto como para
escrever e os outros compreenderem", acrescentou Pimentel.
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