Foi
a última grande encomenda da Família Real Portuguesa, e da Rainha, para
a sua casa. Fechada desde a implantação da república, em 1910, a capela
pode ser visitada a partir da próxima quinta-feira, dia 17 de Abril
É
a última grande encomenda da rainha Maria Pia para o Palácio Nacional
da Ajuda e foi fechada em 1910, com a implantação da República. Nunca
foi vista pelo público em geral até agora. As portas abrem no dia 17 de
Abril, após trabalhos de restauro, investigação e musealização do
espaço. O único El Greco em território nacional também vai ficar à
vista.
A
capela é uma "caixa de madeira", neomedieval, assinada pelo arquitecto
modernista Miguel Ventura Terra, o mesmo que converteu o antigo convento
de São Bento em Parlamento, à época (por volta de 1897) uma
recém-licenciado arquitecto, bolseiro da Escola de Beaux-Arts de Paris,
França, de onde trouxe este novo gosto, que já prenuncia o Arts &
Crafts britânicos, como nota José Alberto Ribeiro, apontando as
ferragens das portas. "Há um programa decorativo comum", acrescenta. Uma
estética que vai dos pormenores das portas ao altar, aos genuflexórios
passando pelo arcaz da sacristia.
A
Rainha era uma mulher "muito actualizada em termos de compras", frisa
José Alberto Ribeiro. E já tinha feito uma encomenda no mesmo estilo
para a sala de pintura no andar superior.
Os
arquivos de inventariação de 1910 permitiram perceber o que fazia parte
deste local e assim reconstituir o espaço, a começar pela Virgem e o
Menino do pintor José Veloso Salgado que está no altar. As várias
imagens de santos que aqui se encontram terão sido trazidas pela rainha
de Itália, em 1862, quando se casou com o Rei Dom Luís, um
monarca-artista interessado na cultura, melómano, pintor e amante das
artes em geral, um gosto que partilhou com Maria Pia e transmitiu aos
filhos.
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