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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

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Autor: Nuno A. G. Bandeira

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terça-feira, 27 de maio de 2014

CTT ASSINALAM 500 ANOS DO NASCIMENTO DO BEATO FREI BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES

Os CTT - Correios de Portugal lançaram uma emissão filatélica que assinala os 500 anos do nascimento do beato Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga e um dos vultos portugueses do séc. XV.

A emissão filatélica é composta por um selo de 30,6 x 40 mm, com o valor facial de 0,70€ e uma tiragem de 175 000 exemplares, bem como um bloco filatélico de 125 x 95 mm, com um valor facial de 3,00€ e uma tiragem de 44 500 exemplares.

O selo reproduzirá um retrato de D. Frei Bartolomeu dos Mártires do pintor Lo Muscio, enquanto que o bloco conterá sob um fundo representativo do Concílio de Trento, um outro retrato do “Arcebispo Santo”, do pintor António André. O design esteve a cargo do Atelier B2.

Frei Bartolomeu nasceu em 1514 na freguesia dos Mártires em Lisboa, da qual assumiu o patronímico, e com quinze anos de idade ingressou na Ordem de Pregadores, professando a vida religiosa dominicana no Convento de São Domingos de Lisboa em 1529.

Entre 1540 e 1551, ano em que é promovido a Mestre de Teologia pelo Capítulo Geral celebrado em Salamanca, exerce o ensino da filosofia e da teologia no Convento de Nossa Senhora da Vitória, na Batalha.

Em 1558, devido a pressões da Rainha D. Catarina e do seu Prior Provincial Frei Luís de Granada, aceitou o governo do arcebispado de Braga, entrando na cidade um ano depois com um comitiva muito reduzida e sem pompa, facto que provocou algumas criticas e a necessidade da visita de frei Luís de Granada e mais alguns frades para o persuadirem a uma vida menos austera e pobre.

Pouco depois, em 1561, D. Frei Bartolomeu dos Mártires parte para Trento, para o Concilio convocado pelo Papa Pio IV, no qual teve um papel significativo no debate de algumas determinações conciliares como a obrigatoriedade da residência dos Bispos nas suas Dioceses e a disciplina de vida do clero. 


De regresso a Braga, em 1564, procurou promover as reformas que tanto tinha defendido no Concílio. Nesse sentido convocou imediatamente um Sínodo Diocesano e publicou um Catecismo no qual facultava ao clero local. para além da doutrina a ensinar ao povo, algumas propostas de sermões para os domingos e dias de festa.

É ainda neste espírito reformador que visita todas as igrejas locais do seu arcebispado, que se estendia por todo o território de Trás-os-Montes, desenvolvendo uma grande proximidade, na época nada habitual, com o povo fiel que lhe estava confiado. É este mesmo espírito que o faz permanecer em Braga quando em 1570 é declarada a peste.

Aproveitando a celebração das Cortes de Tomar, em 1581, nas quais presidiu ao juramento de D. Filipe I como rei de Portugal, D. Frei Bartolomeu dos Mártires apresentou o seu pedido de renúncia ao arcebispado de Braga. 


Aceite a renúncia por parte do rei e do Papa, retirou-se para Viana do Castelo, para o Convento de Santa Cruz, fundação e construção que muito lhe devia desde 1563, pois para ela tinha contribuído com as suas rendas e esmolas. Era o regresso à tranquilidade da vida conventual, à vida de oração e estudo que tanto lhe custara a abandonar.

Morreu no Convento de Viana a 16 de Julho de 1590. A importância e significado da sua vida são rapidamente evidenciadas pelo pedido da cidade a uma memória histórica, de que se encarregou frei Luís de Sousa, e pelo processo canónico introduzido em Roma que culminou com a sua beatificação em 2001 pelo Papa João Paulo II.

Esta emissão filatélica comemorativa deste quinto centenário recorda-nos a acção reformadora no seio da Igreja daquele que é conhecido como o Arcebispo Santo.

Texto biográfico: Fr. José Carlos Lopes de Almeida, O.P. (CTT)

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