Na Monarquia Britânica, a mais famosa e imponente Monarquia do Mundo,
em 2015 o orçamento Real será de 42 milhões de euros; em 2014 a verba
da Rainha rondou os 42,5 milhões de euros, uma redução face a 2013.
Em 2013, a provisão anual da Rainha Isabel II ia inicialmente ter um
aumento de 5,8 milhões euros no seu orçamento anual, destinado a cobrir
as despesas de cada um dos elementos da Família Real com funções formais
e aspectos relacionados com eventos oficiais, como o caso das despesas
de deslocação, cujos custos em ano de Jubileu de Diamante aumentaram
exponencialmente, por obrigação de deslocação da Rainha e de diversos
membros da Família Real em representação da Soberana aos vários
territórios de que Sua Majestade é Chefe de Estado, e ainda com
alojamento e segurança da Família Real, a conservação dos palácios –
tirando os Palácios privados, como Sandringham e Clarence House – e os
vencimentos dos trabalhadores e as custas das diferentes entidades
associadas à Casa Real.
Todavia, com as medidas de contenção que a Rainha Isabel II decidiu
tomar de sua livre e espontânea vontade, estima-se que as provisões da
Casa Real inglesa não ultrapassarão os 46,5 milhões de euros, menos 1,8
milhões do que fora estimado inicialmente.
Assim, relativamente à Lista Civil – como se chama ao orçamento real –
da Monarquia britânica, há um Superavit do Input em relação ao Output.
Num breve relance comparativo da Monarquia Inglesa, com Países da
mesma dimensão internacional, a presidência da república francesa gasta
112 milhões de Euros por ano e a presidência norte-americana tem um
orçamento de 1.400 milhões de euros.
Fazendo a síntese histórica do financiamento da Monarquia Inglesa,
antes de 1760, o monarca britânico custeava todas as despesas oficiais
com as receitas do seu património, compreendendo os lucros das
Propriedades da Coroa. Todavia, o Rei Jorge III, anuiu em entregar essas
receitas da Coroa em troca da Lista Civil, acordo que subsiste até aos
dias de hoje. Desta forma, o Monarca continua dono e senhorio das
Propriedades da Coroa, mas não pode vendê-las, nem recebe as receitas;
os imóveis passam por sucessão de um Soberano para outro.
Nos nossos dias, os lucros obtidos com as Propriedades da Coroa
excedem largamente a Lista Civil e as ajudas de custo da Rainha: no
exercício financeiro de 2013-2014, as Propriedades da Coroa produziram
mais de £ 170 milhões para o Tesouro, enquanto o financiamento
parlamentar da Rainha foi inferior a 40 milhões de libras.
A Soberana é tal-qualmente dona do Ducado de Lancaster como
propriedade privada herdada, e da mesma forma, como as Propriedades da
Coroa, o Ducado é mantido em confiança, e não pode ser vendido. As
receitas do Ducado de Lancaster são as únicas que não precisam ser
devolvidas ao Tesouro, uma vez que fazem parte da Bolsa Privada, e são
utilizadas para despesas não cobertas pela Lista Civil. O Ducado da
Cornualha é um imóvel idêntico, mantido em confiança para fazer face às
despesas do Príncipe de Gales, que, como é o filho mais velho da Monarca
é o herdeiro presuntivo do Trono.
A Rainha de Inglaterra está ainda sujeita a impostos indirectos, como
o IVA, e desde 1993 a Rainha Isabel II paga imposto sobre o rendimento
singular (IRS), embora, a Lista Civil e as ajudas de custo sejam
utilizadas unicamente para as despesas oficiais, elas não são levadas em
conta no cálculo dos impostos.
A Colecção de Artes espalhadas pelos diversos palácios reais está
estimada em £1 bilião; só que a Colecção Real não é propriedade
particular dos Windsor, mas é administrada pela Royal Collection Trust,
uma instituição de caridade, e em última instância pertence ao Estado
Britânico.
Mas não é só por isso que a Monarquia resulta largamente lucrativa
para a Nação Britânica. Além dos Monarcas e suas Famílias ficaram mais
baratas para o Erário Público, outro aspecto, muito relevante, é que AS
FAMÍLIAS REAIS, muito especialmente a Britânica, TRAZEM RETORNO
FINANCEIRO aos seus Países.
De facto, a Rainha Isabel II do Reino Unido, os Príncipes William e
Catherine, o Príncipe George de Cambridge e o Príncipe Harry são
REALmente as pessoas mais famosas da Terra, título que, também, usam sem
qualquer possível contestação.
Um momento muito relevante foi, sem dúvidas, o nascimento a 22 de
Julho de 2013, do bebé real! George Alexander Louis, o filho primogénito
dos Duques de Cambridge teve, não só impacto na vida da Família Real,
como também na economia do Reino Unido, uma vez que estimulou as
receitas do turismo – com os hotéis de Londres a ficarem esgotados -,
lembranças, indústria têxtil, e, festividades, o que originou um impacto
na economia de mais de 303 milhões de euros. Mal fora anunciada a
gravidez de Kate, “abrira a caça” a todo o tipo de memorabilia e artigos
relacionados com a maternidade e com roupa de bebé, que se intensificou
à medida que se aproximava a data do parto. Com o nascimento do
Príncipe George, o povo saiu às ruas a festejar o nascimento, não só do
filho dos seus adorados William e Kate, mas, também, do neto de Lady
Diana Spencer, Princesa de Gales. E como os súbditos de Sua Majestade
sabem festejar… a economia só ficou a ganhar.
Depois, com o Baptizado foi mais uma corrida aos “souvenirs”: entre
cópias do traje que o Príncipe George usou na cerimónia, réplicas da
bacia de prata – usada há décadas pela Família Windsor -, assim como a
emissão de uma Moeda Comemorativa cunhada em prata ou ouro e que entre
os diversos metais, pesos e medidas tem um preço que oscila entre 15 e
os 60.000 euros.
Além disso, as visitas do público ao Palácio de Buckingham geram
anualmente, com o pagamento das entradas e a venda de merchandising, uma
receita de mais de 50 milhões de libras. Também, acontecimentos, como o
Trooping The Color, a Abertura do Ano Parlamentar e os Casamentos
Reais, originaram enormes receitas entre recordações e turismo. Assim
nestes 3 últimos anos de Casamento de William e Kate, Jubileu da Rainha
Isabel II e Nascimento e Baptizado Real, estima-se que a Família Real
Inglesa dê um retorno financeiro de mais de 6 mil milhões de euros ao
Reino Unido. E para o exercício financeiro de 2015 já está previsto mais
um acontecimento mediático que vai “encher os cofres” da economia
britânica: o nascimento do segundo bebé Cambridge, que derreterá o
coração, não só do pai e mãe (William & Kate), mas de todos os
britânicos e não só. Prevê-se corrida à memorabilia, também!
A popularidade da Família Real Britânica é um facto e o melhor
cartão-de-visita possível o que, também, deve ser levado em conta depois
de ser divulgado que Londres é a 2.ª cidade mais visitada do Mundo e
que as receitas do turismo britânico atingiram um máximo histórico de
115 mil milhões de euros. Os turistas quando vão a Londres têm sempre a
esperança, ainda que remota, de vislumbrar um membro da Família Real, e
elegem como locais de eleição para visitar: os Palácios de Buckingham,
St. James, Kensington, Clarence House, a Torre de Londres (habitação dos Reis medievais ingleses), e o Castelo de Windsor a poucos quilómetros;
por isso a cidade não seria a mesma, nem teria a mesma atracção, sem
essa “iconografia real”.
A importância de um símbolo é deveras evidente; basta, por exemplo,
pronunciar a expressão “A Rainha” e ninguém terá dúvidas que se refere a
Isabel II.
Que república ou republicano pode presumir-se ter uma tal influência
social e económica? Nenhum. Por isso, AS FAMÍLIAS REAIS PAGAM-SE A ELAS
PRÓPRIAS!
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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