A propósito deste interessante artigo de Manuel Vilaverde Cabral sobre
a presidência da república e a reforma do sistema político em Portugal,
e no que refere ao embaraço que representa o actual modelo de Chefia de
Estado, convém ressalvar que, sendo a democracia pela sua natureza um
sistema autofágico que vive do híper mediatizado e permanente conflito
de facções e interesses, ela expõe as instituições nacionais a uma
sistemática e perigosa erosão. Por isso requer este regime um órgão de
soberania acima de todas as questiúnculas, capaz de, no topo da
pirâmide, representar e congregar todas as partes da Nação. Uma
instituição que, por ser hereditária, não tomou partido por qualquer
facção nem depende de interesses políticos ou económicos. Essa
instituição é o Rei, que tem a capacidade de consolidar o sistema, como o
comprovam os exemplos dos países mais evoluídos e livres da Europa que
são monarquias. De resto, Portugal tem o privilégio de uma Nação com
quase 900 anos que possui uma incontestada Casa Real com comprovados
pergaminhos no que respeita ao que é mais importante – o amor à Pátria.
João Távora
Fonte: Causa Real
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