Ao mesmo tempo que anda deslumbrada com as candidaturas presidenciais
que se acotovelam na ilusão de representarem os portugueses, a nossa
comunicação social republicana não resiste ao charme das monarquias
desde que sejam longe e dos realeza quando seja estrangeira, é a
explicação que encontro para a cobertura dada este fim de semana ao
nascimento da princesa filha dos duques de Cambridge, uma espécie de
patriotismo do avesso.
A esse propósito convém relembrar que, no que diz respeito à
perspectiva estritamente política, nunca é de mais relembrar que a
chefia hereditária do Estado, que maioritariamente subsiste legitimada
pela história nos países europeus mais desenvolvidos, é um factor de
equilíbrio e de religação nacional, último reduto da unidade identitária
e dos valores perenes do ideal comum, sempre ameaçados pela legítima
mecânica democrática, cujo exercício por natureza exacerba a luta
faccionaria que compele à desagregação. Um símbolo maior, espelho da
comunidade de afectos que é Portugal.
publicado por João Távora em Real Associação de Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário