CARTA ABERTA DA ASSOCIAÇÃO MONÁRQUICA ARAUTOS D’EL-REI A JOSÉ ALBERTO CARVALHO
Exmo. Senhor
Dr. José Alberto Carvalho
Responsável pelo conteúdo da Programação Informativa da TVI
Rua Mário Castelhano, n.º 40, Queluz de Baixo
2734-502 Barcarena
A notícia com a qual V. Exa. terminou o Jornal das 8 da passada
quinta-feira, dia 21, relativa à inauguração do edifício que, desde essa
data, passa a funcionar como novo Museu Nacional dos Coches, está a
suscitar as mais vivas reacções de indignação nas redes sociais.
Com efeito, optou V. Exa. por terminar o Jornal das 8 junto ao Landau
Real em que seguiam, a 1 de Fevereiro de 1908, Sua Majestade El-Rei Dom
Carlos I, a Rainha Dona Amélia, o Príncipe Real Dom Luís Filipe e o
Infante Dom Manuel, os quais foram alvo de um cobarde atentado
perpetrado por Manuel Buíça, no Terreiro do Paço.
Com esse acto
bárbaro e traiçoeiro que pôs fim à vida do Rei e do Príncipe Real,
quiseram os regicidas impor o regime republicano, o que efectivamente
veio a acontecer dois anos mais tarde, com o golpe de 5 de Outubro de
1910 e com a expulsão da Família Real. O recurso à violência, ao
assassinato, à perseguição e ao golpe de Estado, sem referendo popular,
foram assim os meios de que se serviu a República para chegar ao Poder,
contradizendo frontalmente os seus princípios “humanitários” de
“Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, invocados pelo assassino no seu
testamento.
Causou-nos, pois, enorme espanto e suscitou-nos a
mais viva indignação constatar que V. Exa. tenha optado por terminar o
Jornal das 8 de 21 de Maio com a leitura de excertos do testamento de um
dos regicidas – Manuel Buíça. Embora se tenha claramente referido ao
crime dele como “homicídio” e “assassínio”, V. Exa. afirmou que “está
sempre tudo por dizer em relação ao sonho e à mudança” dando
provavelmente aos telespectadores a ideia de que certos meios poderão
ser legítimos para atingir determinados fins, tal como teria sido justo,
aceitável ou até mesmo heróico e abnegado o uso da violência para impor
um regime que tem no seu código genético a ilegitimidade, uma vez que
El-Rei Dom Carlos era o Chefe de Estado no exercício do poder, conforme a
Constituição vigente.
Para concluir, gostaríamos apenas de lhe recordar as palavras de Francisco Sousa Tavares a propósito do Regicídio:
"O sangue inutilmente derramado por D. Carlos e D. Luís Filipe pesa
sobre nós como herança macabra…Vingaremos o sangue de El-Rei D. Carlos
no dia em que soubermos, pelos caminhos perdidos da Tradição,
reencontrar a alma do povo e a face da Pátria".
Talvez esse
reencontro fosse mais adequado “ao sonho e à mudança” que queremos para
Portugal, sem recurso à violência, ao assassinato e à revolução…
Coimbra, 24 de Maio de 2015
José Filipe Sepúlveda da Fonseca
Associação Monárquica Arautos d’El-Rei
Associação Monárquica Arautos d’El-Rei
(Comece a visualizar vídeo no minuto 44:18)
http://tinyurl.com/q4qgdpw
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