Quando existe tempo para
reflectir ou mesmo sentir, normalmente é quando se estabelecem as
melhores conclusões. Quando existe esse tempo, por exemplo em período de
repouso ou de férias, e nos deparamos com o Portugal profundo, do Alto
Minho ao Alentejo e depois ainda o Algarve, composto pelo nosso povo, as nossas gentes,
as ermidas seculares, os castelos da reconquista aos mouros, os
monumentos, os padrões portugueses, as estátuas evocativas do nosso
passado inspirador, os trajes, as tradições, as estórias e as histórias
da História portuguesa, os legados, o folclore, a nossa música, a
atitude portuguesa, a gastronomia, a vinicultura, as belas praias e
paisagens, etc, etc, qualquer um que seja minimamente sensível sente,
neste contexto de especificidade lusa, a indesmentível ligação ao nosso
passado, aos nossos Reis. É impossível não constatar essa afinidade!
Existe, até mesmo de facto, um nexo causal, um elo, ainda hoje
fortíssimo, que une esse Portugal quase milenar aos seus Reis. Pensar
sobre este País é inevitável ter sempre de contar com os Reis dos
portugueses.
Todavia, o Rei não se encontra
hoje entre nós. O Portugal dos Mares e das Descobertas, do azul e branco
deixado por Afonso Henriques e Sancho I, foi (a)tingido por um manto
vermelho que traduz pouco orgulho, pouca alegria e, acima de tudo,
pouquíssima ligação àquele nosso passado, não nos indicando o melhor
caminho para sermos, ao menos, quem sempre fomos. Separaram os
portugueses daquele que lhes deu identidade.
Desde 1910 que o eixo directo a
Aljubarrota, bem como à aventura dos Descobrimentos, foi interrompido, e
presentemente, em república, na sua terceira versão de regime, é como
se fingíssemos continuar jogar o mesmo Jogo da Glória, jogo que uma vez a
teve mas que agora já não a tem, como uma criança a jogar ao Super Mario Bros. numa consola, mas sem ter o Super Mario.
Carecemos, pois, de nos repensar
enquanto colectivo para que possamos ter a certeza se queremos continuar
como estamos ou, ao menos, tentar, termos a ousadia de procurar uma
alternativa que nos estimule novamente, que nos devolva a esperança, o
orgulho e, sobretudo, a alegria de sermos portugueses como já
prosperamente fomos. Neste contexto, nada como recordar as sintomáticas
palavras de Miguel Villas-Boas que falava acerca da alegria de estar
perante o nosso Rei, uma alegria que um monárquico sente (e que já tive a
fortuna de sentir) mas que um português clarificado e esclarecido com o
seu passado e com o seu presente também não pode deixar de sentir:
«Passava Ele e com Ele passavam a Reconquista, Aljubarrota, as
Descobertas, as Caravelas, a Restauração… eis Sua Majestade que Nele
contém a História de Portugal!».
Como um dia escrevi: Alegria só em Monarquia!
PPA
Fonte: Incúria da Loja
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