É tarefa primeira de um Monárquico desconstruir as mentiras
propagadas pela maledicência republicana que aproveitava o clima de
total liberdade de expressão e de imprensa – como o País jamais viria a
ter – para produzir vis atentados, não só os sanguinolentos que tiveram
expressão mais torpe no Regicídio, mas ao símbolo que eram os próprios
Monarcas. Os republicanos, como Brito Camacho, diziam, ‘quanto mais liberdades nos derem, mais delas usaremos contra eles’.
Atiravam aos Monarcas as culpas que eram dos políticos e do sistema
que os últimos foram viciando, de sorte que, por parte do rotativismo
partidário nos últimos tempos da Monarquia não havia senão interesses e
nenhuma dedicação sincera à Figura Real – sobretudo com a saída de uns
poucos ministros capazes e devotados ao Rei, e as forças militares
transformam-se em sítio de recrutamento por parte da Carbonária. Todos
diligenciavam as suas comodidades e agenciavam o seu sossego e ninguém
dentro do sistema estava disposto ou tinha coragem para sacrificar a
vida pela bondade do regímen, pelo que as forças militares fiéis à
Monarquia sofrem um rude golpe, quando na sequência do regicídio, o
governo de Acalmação afasta Vasconcellos Porto, Ministro da Guerra, e Ayres de Ornelas, Ministro da Marinha.
Mas essa falta de estima ou indiferença não correspondia ao
pensamento popular corrente: a nível orgânico ninguém era penhorado com
mais alta estima do Povo que Sua Majestade Fidelíssima o Rei de
Portugal, que o era Pela Graça de Deus, mas não menos pela Vontade dos Homens!
Em vários e distintos momentos teve o Rei Dom Manuel II demonstrações
do carinho e bem-querer do Seu Povo, assim foi depois de ter perdido
seus Augustos Pai e Irmão, assim como quando o último Rei de Portugal,
foi solenemente Aclamado Rei na Assembleia de Cortes, em 6 de Maio de
1908, diante dos Pares do Reino e dos deputados da Nação e, o Povo O
saudou entusiasticamente como novo Rei. Só assim ficava completa a
cerimónia, com a aceitação do Povo de Portugal, o beneplácito que no
caso específico de Portugal é o acto jurídico que verdadeiramente faz o
Novo Rei.
Poderiam dizer que essa anuência popular era característica apenas da
Capital, porque lá se encontrava a Corte e o Rei era Figura mais
presente; mas não, o Amor do Povo a El-Rei era de abrangência nacional,
como se pôde constatar sempre que El-Rei percorreu o Seu Reino.
Ficou marca dessa aquiescência nacional pelo Rei Dom Manuel II a
viagem que El-Rei fez em Novembro de 1908 pelo Norte de Portugal, onde
recebeu banhos de multidão onde quer que se deslocasse. No dia 09 de
Novembro de 1908, El-Rei Dom Manuel II de Portugal visita a Invicta
Cidade do Porto, a Mui Nobre que tinha nas suas Armas o Timbre dos
próprios Reis – o Dragão, símbolo da Coragem – e onde o jovem Monarca
foi recebido como o próprio César triunfante o foi no Desfile pela
sempre aeterna Roma, reconhecendo-O como a encarnação da
história da Nação. No Porto a Visita Real parou a Cidade sempre
laboriosa para aclamar entusiasticamente o seu novo Rei, como que
ratificando a Aclamação que fora feita diante do Palácio de São Bento e
dando mostras da enorme popularidade do Monarca entre o Povo, que é
imparcial e benigno.
Os sinos repicaram alegremente nos Clérigos, foguetes estalaram nos
céus e o Povo colocou mantas coloridas nas janelas das casas, faixas e
bandeiras a pender nas árvores, e, sobretudo, acenou ao seu Rei com
multidões compactas e entusiasmadas: Viv’ó Rei! Viv’ó Rei!, vozeava o Povo ao Rei que passava. Viv’ó Rei!
‘Portuenses e amigos: Na vossa casa e perante vós, Eu, Rei de
Portugal: Juro manter a Monarquia Constitucional; juro concorrer
quanto em mim caiba para o desenvolvimento harmónico das liberdades
civis e políticas, que sirvam de base ao levantamento moral e material
da nossa querida Pátria!’, declarou El-Rei Dom Manuel II diante do
Seu Povo, assumindo-se como um funcionário da Nação! Personificando o
carácter nacional o Rei não esquecia que a Sua função Real era um Ofício
para realizar com sentido de Missão.
Por isso o Rei é amado pelo Povo, mas temido e odiado por aqueles
cujo Exemplo provoca contrição e cuja Palavra cheia de Verdade provoca
rubor.
E a Viagem D’El-Rei continuou e muitos mais testemunhos de afecto
recebeu. Rumou a Casa para Reinar rectamente e a Sua jornada de Justiça e
dE Liberdade só foi interrompida pelos comités revolucionário para a
revolução pelas armas, pois que nas urnas não passavam dos 9% e dos 14
deputados porque o Povo, esse, amava o Rei como ama os Pais que os amam e
deles cuidam. O Povo é Monárquico como é Português e se ‘expulsarem a natureza do Homem’, como escreveu Destouches, ‘ela volta a galope’.
Pois é Hora, é Hora… Chega o Rei!
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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