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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O GOLPE CONTRA A MONARQUIA


Longe de ser o resultado natural de uma emanação popular, o 5 de Outubro de 1910 foi uma golpada republicana apoiada nas milícias revolucionárias da Carbonária, nas bombas dos anarquistas, nas jogadas políticas na sombra da maçonaria e na cumplicidade de alguns traidores monárquicos – que, rapidamente, após o coup d’etat se converteram em republicanos, pelo que o mais lisonjeiro de que se os pode apelidar é de adesivos.

Longe de ser um Partido dilatado em militantes e agregador de uma horda de simpatizantes, o Partido Republicano Português era um ateneu ou melhor um redil com uma pequena súcia de adeptos, ou seja, republicanos sem público!

A essa parca abrangência popular juntava-se a falta de organização e a incompetência do seu directório, ele próprio enredado em lutas intestinas, só que esses membros que nutriam uns pelos outros ódios figadais, mantiveram a união até ao golpe revolucionário que implantou o Estado das Coisas republicano.

Eça de Queiroz, para além de génio literário foi sem dúvida o maior retratista social e político do séc. XIX. Com a sua ironia elevada conseguiu descrever in Novos Factores da Política Portuguesa, nas Farpas e nalgumas cartas pessoais, como seriam pelos menos os 40 anos vindouros e lançou bases para a percepção de muito do que hoje o nosso amado País atravessa. Nos Novos Factores da Política Portuguesa, Eça de Queiroz desconstruiu o incipiente republicanismo e o partido que o advogava, fazendo um retrato claro e contundente da verde existência doutrinária e dos professos do Partido Republicano Português:

‘Não tomámos a pena para fazer a história, ainda pouco acidentada, do Partido Republicano. Essa história, por enquanto, reduz-se principalmente a números. Um deputado republicano por Lisboa há quinze anos não reuniria cem votos. (…) O Partido Republicano em Portugal nunca apresentou um programa, nem verdadeiramente tem um programa. Mais ainda, nem o pode ter: porque todas as reformas que, como partido republicano, lhe cumpriria reclamar, já foram realizadas pelo liberalismo monárquico.’

Não menos contundente foi outro dos grandes vultos das Letras portuguesas do século XIX, Antero de Quental, que num desafogo, feito ao amigo Oliveira Martins, do PRP e dos seus membros escreveu: ‘Envio-lhe o primeiro número dum jornal do Teófilo, que me mandou o [José] Fontana. É um documento! Que programa!, tiraram ao acaso frases do nosso [União Democrática Portuguesa] e amalgamaram-nas com asneiras da própria lavra. Veja também o artigo de fundo, espécime Teófilo tout puro tolo e malévolo. Lá se insinua que os homens da evolução (somos nós) são meros sedentários e inactivos… Que diz a isto?, e que lhe parece duma república feita por esta boa gente?’  Antero não poupava o próprio Teófilo Braga apondo-lhe, entre outras alcunhas, as de ‘Dr. Caos’ e o de ‘Marat de soalheiro’. E debitava ainda outras pérolas como: ‘Nos centros republicanos, não se encontra nem um homem nem uma ideia’. ‘Essa gente’, ‘esse grupinho de republicanos lunáticos’ que caracterizava como ’os declamadores e os pulhas que actualmente constituem a quase totalidade do grupo republicano’, já tinha merecido de Antero outras boutades: ‘o pior que nos pode acontecer é sermos amanhã república. Seria um 48, mas sem o talento, o entusiasmo, o idealismo do outro; um 48 chato’. Assim se compreende a sua tomada de posição face aos republicanos portugueses, que sempre classificou de ‘garotos’ e de ‘raça pérfida’. Sabendo portanto dos ideais fortemente anti-republicanos do seu amigo Alberto Sampaio, sentia-se à vontade para bem expressar a sua opinião: ‘Dir-te-ei que o republicanismo avulta de dia para dia. Mas que republicanos! É um partido de lojistas, capitaneado por bacharéis pífios ou tolos. É quanto basta para se lhe tirar o horóscopo. Duma tal república só há-de sair a anarquia e a fome!’.

Que certos estavam os nossos Príncipes das Letras, e, ao encontro do que diziam ia a vontade popular, pelo que convém analisar os resultados das últimas eleições do constitucionalismo monárquico, que se realizaram a 28 de Agosto de 1910, pouco mais de três meses antes da revolução que instaurou a República. Para a 46ª eleição geral, 37ª eleição da 3ª vigência da Carta estavam recenseados 695 471 eleitores.

Ora a ida às urnas traduziu-se numa vitória dos Governamentais de Teixeira de Sousa (58%), mas sobretudo numa vitória retumbante dos Partidos Monárquicos (91%) contra uns meros 9% do Partido Republicano Português.

Governamentais:
58% – 89 deputados governamentais, do chamado bloco liberal. Governo venceu em quase todo o País.

Bloco Oposicionista e Bloco Conservador, das Oposições (Monárquicas):
33% – 51 Deputados, divididos em:
. 15% – 20 deputados regeneradores apoiantes de Campos Henriques ;
. 13% – 23 deputados progressistas
.  3% – 5 franquistas
.  2% – 3 nacionalistas

Republicanos:
9% – 14 deputados

Afonso Costa como ministro da justiça do governo provisório que emerge, sem eleições, do  5 de Outubro de 1910, anula estas eleições e anuncia o partido republicano como o partido único da República.

Se analisarmos todas as Eleições desde a fundação do Partido Republicano Português constatamos que o cenário, para esse clube de tertúlias ainda é pior.

Eleições Gerais realizadas no Reino de Portugal entre 1878 e 1910:

.13 de Outubro 1878  – 148 deputados monárquicos e 1 deputado republicano

.19 de Outubro 1879 – 137 deputados monárquicos e 1 deputado republicano

.21 de agosto1881 – 148 deputados monárquicos e 1 deputado republicano

.29 de Junho 1884 – 167 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos

.06 de Março 1887 – 157 deputados monárquicos e 3 deputados republicanos

.20 de Outubro 1889 – 157 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos

.30 de Março 1890 – 148 deputados monárquicos e 3 deputados republicanos

.23 de Outubro 1892 – 119 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos

.15 e 30 de Abril 1894 – 167 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos

.17 de novembro1895 – 141 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos

.02 de Maio 1897 – 141 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos

.26 de Novembro 1899 – 142 deputados monárquicos e 3 deputados republicanos

.25 de Novembro 1900 – 145 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos

.06 de Outubro 1901 – 157 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos

.26 de Junho 1904 – 157 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos

.29 de Abril 1906 – 157 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos

.05 de Abril 1908 – 148 deputados monárquicos e 7 deputados republicanos

.28 de Agosto 1910 – 139 deputados monárquicos e 14 deputados republicanos

Deste modo, a mudança de regímen ocorrida no 5 de Outubro de 1910 não foi emanação da vontade popular, mas uma revolução perpetrada por uma união de interesseiros do Partido Republicano Português, Maçonaria, Carbonária, pequenas e médias patentes militares e alguns monárquicos progressistas e que analisaremos ao pormenor no artigo a publicar no próximo dia 5 de Outubro de 15.

Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica

1 comentário:

  1. Meus senhores, obrigado por esta descrição do que foi a tomada do poder pela carbonária assassina, em tudo semelhante à tomada do poder pelos sovietes na Rússia. Antes, a carbonária tinha assassinado o chefe de estado e seu filho. Só faltou terem invadido o Parlamento e deposto o chefe do governo como os sovietes fizeram a Karensky. Sou da Murtosa e fico satisfeito por Aveiro ter uma tão boa organização a defender o retorno da monarquia. Viva Portugal e os seus 872 anos de vida que hão-de continuar.

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