Em 26 de Novembro de 1861, como mandava o Protocolo, completando-se
precisamente 15 dias sobre o falecimento de Sua Majestade Fidelíssima
El-Rei O Senhor Dom Pedro V de Portugal houve lugar à Cerimónia da Quebra dos Escudos com as Armas Reais de D. Pedro V.
No Terreiro do Paço, com os varandins dos edifícios enlutados, sob a
sombra da estátua do Rei Dom José I, uma multidão assiste ao curioso e
triste cerimonial. Cercados pelo Povo, que a fatalidade fizera perder a ‘sua Esperança’,
o Meirinho a cavalo com o Pavilhão Real encoberto por crepes negros de
tecido leve e transparente e os oficiais da Casa Real com mantos negros a
cobrir os uniformes e as espadas e espadins de gala, de cabeça abrigada
com enormes chapéus de abas largas e com enormes fitas negras a
cingi-los, assistiam à quebra dos selos com as Armas Reais do Monarca
falecido. O Mordomo-mor fardado e com fumos negros no braço, enquanto
profere um pregão, segura o Selo com as Armas Reais e bate-o, com força
bastante, sobre o espaldar de uma cadeira de madeira maciça, partindo-o –
no Paço, haviam sido da mesma forma inutilizados, primeiro cortados em
cruz e depois destruídos a martelo, o anel de brasão do Rei e o selo de
ferro com que eram autenticados os documentos oficiais. Seguem-se as
armas pessoais de Dom Pedro com os Brasões das duas famílias: Bragança e
Saxe-Coburgo-Gotha.
Da mesma forma, como mandava a tradição, a igual cerimónia pública,
procedem todas as cidades do continente e dos territórios do Império sob
administração portuguesa.
‘O Rei morreu! Viv’ó Rei!’, a partir deste momento passariam
a ser usados e a ter exclusivamente validade novos Selos de Armas
oficiais do novo Rei Dom Luís I.
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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