Campanha de angariação de fundos
conseguiu em seis meses a verba para adquirir importante pintura
portuguesa. Museu de Arte Antiga "está profundamente reconhecido pelo
extraordinário envolvimento da cidadania".
O Museu Nacional de Arte Antiga anunciou esta quarta-feira que
atingiu os 600 mil euros necessários para comprar o quadro Adoração dos
Magos, de Domingos Sequeira, actualmente nas mãos de privados, três dias
antes do previsto.
A campanha “Vamos Pôr o Sequeira no Lugar
Certo” conseguiu hoje uma das suas maiores contribuições com os 35 mil
euros da Fundação da Casa de Bragança. Anteriormente, apenas a Fundação
Aga Khan, com 200 mil euros, tinha ultrapassado esta doação. No site sequeira.publico.pt
surge agora uma mensagem de agradecimento: "Alcançámos os 600 mil
euros, graças a todos! Juntos conseguimos pôr o Sequeira no lugar certo.
Muito obrigado!".
"O museu está muito feliz por ter atingido o
objectivo e está sobretudo profundamente reconhecido pelo extraordinário
envolvimento da cidadania", disse ao PÚBLICO Paula Brito, do gabinete
de imprensa, em nome do director, que remeteu outras declarações para a
conferência de imprensa prevista para as 15h30 desta quarta-feira.
A
campanha de angariação de fundos, que tem como parceiros principais o
PÚBLICO, a agência de publicidade Fuel, a RTP e a Fundação Millennium
BCP, dividiu a pintura em 10 milhões de pixéis para que cada português
pudesse participar com um esforço mínimo de seis cêntimos. Feitas as
contas ainda antes de entrar a contribuição da Casa de Bragança, foram
contabilizadas 5430 contribuições de particulares (219.933 euros) e 172
de empresas (356.414 euros).
A Adoração dos Magos pertence
aos descendentes do duque da Palmela e faz parte de um conjunto de
quatro óleos a que a história de arte chama o “testamento” de Domingos
Sequeira, um dos mais importantes pintores portugueses do século XIX.
Pela
sua dimensão e envolvimento dos media a uma escala nacional, esta é uma
campanha inédita em Portugal mas que é prática comum em vários países
há décadas.
“Fiquei agradavelmente
surpreendido com a notícia de hoje, que a campanha tinha chegado ao fim
com resultado positivo”, afirmou Manuel Bairrão Oleiro, que durante anos
foi responsável pelos museus públicos no Ministério da Cultura e
actualmente é assessor para a área dos museus da EGEAC, empresa que gere
os equipamentos culturais da Câmara Municipal de Lisboa.
“Foi
muito meritório que o Museu de Arte Antiga se tenha lançado para uma
campanha deste tipo. Nunca tinha sido feito com esta dimensão e espero
que abra a porta para novas iniciativas semelhantes”. Bairrão Oleiro
surpreendeu-se com o elevado número das contribuições individuais,
muitas vezes anónimas, destacando como ponto negativo “alguma falta de
adesão de empresas e entidades com maior dimensão”.
Sem comentários:
Enviar um comentário